O mundo indica que o futuro da mobilidade está nos veículos elétricos. A necessidade cada vez maior de proteger o meio ambiente dos gases poluentes e nocivos lançados na atmosfera pelos combustíveis fósseis e o libertador (e econômico) ato de não precisar mais abastecer em postos de combustíveis fazem a ideia da eletricidade sobre rodas ganhar as pistas de todo o planeta.
E as opções para quem precisa se locomover pelo trânsito são muitas. Os carros elétricos, por exemplo, já são uma realidade, com as grandes montadoras prometendo substituir toda a frota de automóveis que utilizam combustíveis tradicionais nas próximas décadas. Mas o tipo de veículo movido com eletricidade que tem realmente tomado conta das ruas são os chamados levíssimos, especialmente motos, scooters, patinetes e bicicletas elétricas.
No caso desses, além das vantagens citadas anteriormente – algumas scooters elétricas conseguem ser até 12 vezes mais econômicas e menos poluentes do que uma motocicleta comum –, tais veículos ainda são ideais como alternativa para fugir do trânsito e ganhar tempo na locomoção. Opções não faltam no mercado, indo de patinetes com assentos, passando pelas conhecidas scooters urbanas (antigamente chamadas de motoneta), e até mesmo modelos de motocicletas. E, assim como nas motos movidas a gasolina ou etanol, quanto mais “potente” ou com mais carga, mais alto é o preço.
Como escolher o modelo
A escolha do modelo ideal movido com eletricidade vai da necessidade e da maneira de uso que se dará ao veículo. Se o usuário roda poucos quilômetros e não costuma ultrapassar o trajeto entre casa e trabalho, um patinete pode servir. Mas caso no cotidiano ele necessite atravessar vias movimentadas e percorrer distâncias maiores, uma scooter talvez seja mais apropriada. Os preços variam de R$ 4 mil, para alguns modelos mais simples de patinete, até cerca de R$ 20 mil para motos elétricas mais modernas.
Sobre o tipo de bateria, existem as de chumbo, mais simples e baratas, e as de íons de lítio, semelhantes às utilizadas em smartphones, que apresentam maior vida útil. Outro fator a ser levado em conta é o tempo de recarga da bateria. A maioria dos modelos à venda já traz um carregador embutido, mas uma recarga completa pode levar entre três a cinco horas, não ultrapassando o gasto de 30 centavos por recarga. Há carregadores especiais que reduzem esse tempo, mas são vendidos separadamente e custam entre R$700 e R$1,2 mil.
Outro ponto interessante a ser observado é a autonomia da bateria. Um exemplo é a Mi Eletric M365, da Xiaomi, que promete realizar um percurso de até 30 quilômetros rodando com uma única carga, a 25 quilômetros por hora de velocidade média. Já as scooters variam de 50 a 150 quilômetros de autonomia com uma única recarga, a depender do modelo.
Regras de uso
Antes de adquirir algum dos modelos de veículo elétrico, é importante ficar por dentro das últimas mudanças nas regras de trânsito que tratam do assunto, principalmente na resolução nº 842 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), em vigor desde abril de 2021, norma que equiparou os veículos cicloelétricos aos ciclomotores, as populares “cinquentinhas”.
Bikes: a partir deste ano, algumas bikes elétricas que faziam parte dos veículos possíveis de dirigir sem habilitação passaram a precisar da Autorização para Condução de Ciclomotores (ACC). Sendo assim, veículos elétricos sem habilitação não podem possuir aceleração, variação manual de potência e o motor só poderá funcionar para manutenção da velocidade, que não pode ultrapassar 25 quilômetros por hora e deve ser ativo apenas quando o condutor pedalar. Os ciclistas podem percorrer por ciclovias e ciclofaixas com elas, mas com a obrigatoriedade do capacete.
Patinetes: já os autopropelidos, como os patinetes elétricos, não precisam de habilitação para trafegar na cidade, porém com velocidade máxima de 6 quilômetros em trechos de passeio e até 20 quilômetros em ciclofaixas e ciclovias. Se o patinete for maior que uma cadeira de rodas (não podem ultrapassar 1,15 metro de comprimento, 70 cm de largura e 92,5 cm de altura), com velocidade máxima de 50 quilômetros por hora e potência de até 4kW, ele pode ser enquadrado como um cicloelétrico. Outras resoluções, que incluem ciclomotores e autopropelidos, estabelecem a necessidade de indicador de velocidade, campainha e sinalização noturna, dianteira, traseira e lateral incorporados.
Scooters e motos: também conhecida como motoneta, a scooter se distingue por ser dirigida em posição sentada, ao contrário das motos, essas guiadas em posição montada. Ambas em suas versões movida com eletricidade são classificadas pelo Código Brasileiro de Trânsito (CTB) como ciclomotor, necessitando para conduzi-las habilitação na categoria A ou a chamada ACC, além do emplacamento do veículo. É previsto, ainda, que os condutores também precisem usar capacetes com viseira, óculos protetor e vestuário de proteção. Não é possível pegar vias de trânsito rápido, como rodovias, pois esses veículos não são projetados para atingir a velocidade mínima das vias, que é 80 quilômetros por hora.
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