Sucesso na TV e no cinema, engajada com o meio ambiente e apaixonada por viagens, a atriz Giovanna Lancellotti conquista seu próprio espaço no meio artístico
Giovanna Lancellotti saiu de sua casa em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, para alcançar o desejo de ser atriz. O papel na novela “Insensato Coração” (2011), quando ainda não havia completado 18 anos, foi o início do sucesso em uma carreira — que já dura mais de dez anos.
De lá para cá, Giovanna colecionou papéis na TV e também fez uma série de trabalhos em filmes, como “Tudo por um Popstar” (2018), “Ricos de Amor 1 e 2” (2020 e 2023) e “Nada é por Acaso” (2022).Aliás, “Ricos de Amor” tornou-se um dos maiores sucessos da Netflix em 2020, sendo um grande destaque de audiência na plataforma. Ainda para o streaming, a atriz protagonizou a série “Temporada de Verão”, ao lado do espanhol Jorge López, astro de “Elite”.
Quem vê Gi, como a artista costuma ser chamada, curtindo Fernando de Noronha, um local por qual é apaixonada, talvez não saiba sobre a sua ligação com o meio ambiente. Inclusive, a atriz é Embaixadora dos Oceanos do Greenpeace Brasil!Popular nas redes sociais, com mais de 11 milhões de seguidores no Instagram (@gilancelloti), Lancellotti divide diversos momentos com seus seguidores. Por lá, ela compartilha suas viagens, trabalhos e momentos familiares.
Em entrevista exclusiva à Voepass, Giovanna conta mais sobre sua vida pessoal e profissional, sua atuação em prol do meio ambiente e sua paixão por viagens:
Recentemente, você completou 30 anos (maio de 2023), uma idade que, para as mulheres, vem com uma série de cobranças da sociedade. Como lida com essa nova fase?
Giovanna Lancellotti Não deixo chegar até mim essa pressão. Vejo tudo de uma forma positiva, tento não interpretar como uma cobrança, mas como uma curiosidade, como uma pessoa que me acompanha e quer saber meu próximo passo. Tento desmistificar isso na minha cabeça, para não levar [como uma pressão]. É claro que, com 30 anos, você começa a colocar alguns planos que tinha quando era mais jovem em prática. Alguns planos que quando você completa essa idade, você fala ‘agora eu estou em outra fase’, mas, ao mesmo tempo, para outras coisas, sinto que é só uma idade, que só passou um ano, que nada mudou no meu jeito de ser e nas minhas vontades. Não sinto que apresso o meu passo por conta de ter feito 30 anos.
Você vai estrelar o “O lado bom de ser traída” (longa-metragem da Netflix sem data de estreia). Conte um pouco sobre a sua personagem?
Giovanna Faço a Babi, uma mulher com um noivado há cinco anos e que vai casar. Tem aquele relacionamento já sem grandes aventuras, sem grandes emoções, aquela coisa tranquila, está encaminhada para o casamento e aceitou sua sentença do “vou casar, vou ter minha família, vou viver com o meu marido”. Ela abre mão de algumas coisas de que gosta em prol dessa relação e vai se apagando em alguns quesitos. Mas, às vésperas desse casamento, ela descobre que está sendo traída. Isso mexe com tudo, ela desmarca o casamento, fica na fossa e, através disso, ela descobre “o lado bom de ser traída”, e dá a volta por cima. Ela se empodera e descobre a sensualidade e coisas de sexualidade que não conhecia. [No filme], temos a trajetória dessa mulher se descobrindo.
Você é Embaixadora dos Oceanos do Greenpeace Brasil. Em 2019, passou sete dias em um navio, na Guiana Francesa, para o estudo de Corais Amazônicos. Como foi o convite para essa função no Greenpeace?
Giovanna: Já era uma vontade minha ter algum envolvimento com o meio ambiente, com alguma ONG, alguma empresa que eu pudesse fazer diferença, que já tivesse um espaço bom, tanto de mídia quanto na sociedade, como é o caso do Greenpeace. Eu já estava emanando isso para o universo, mas sem saber como começar a me envolver com uma empresa, a fazer expedições, a me envolver verdadeiramente no assunto.
Passou um mês, eles me mandaram uma mensagem perguntando qual era a minha relação [com o meio ambiente], se eu tinha vontade de estreitar mais essa relação. Falei que queria, que tinha muita vontade de ser embaixadora, adoraria me envolver em expedições e em projetos. E assim começou. Fui uma das primeiras embaixadoras do Greenpeace, e, depois disso, eles começaram a fazer outras expedições e chamaram outras pessoas para serem porta-vozes de outras causas dentro do meio ambiente e foi muito legal. Sinto que teve a visibilidade que eu queria que tivesse. Eu queria dar a minha voz a esse tipo de causa e acho que a gente conseguiu dar uma voz alta para isso. Tanto que, nessa expedição da Guiana Francesa, fizemos um abaixo-assinado. Em seguida, conseguimos impedir a venda de 284 blocos (de petróleo) para empresas petrolíferas. Realmente, foi uma ação que teve um resultado efetivo. Conseguimos proibir a venda, e isso me deixa muito feliz. Acredito muito na ONG, nas causas que elas abraçam, e estou sempre com elas.
Você poderia nos contar um pouco sobre o início da sua carreira antes de “Insensato Coração”?
Giovanna: Sempre quis ser atriz. Na minha cidade, não tinha teatro profissional, só tinha teatro amador (eu já fazia). Descobri que tinha o curso de atores do Wolf Maya, em São Paulo, que na época ainda não era tão conhecido. Quando fiz 15 anos, convenci a minha mãe a me levar para São Paulo e me matricular no curso. Foi quando me mudei para lá e, logo no segundo ano de curso, fiz um teste e passei, entrei para a Globo. Mudei para o Rio de Janeiro com 18 anos e tudo aconteceu. Foi um processo que contei muito com o apoio da minha família, e foi essencial o apoio deles. [Essas mudanças] foram um processo, e eu acabei amadurecendo antes da hora, e isso foi muito positivo para mim.
Quem acompanha suas redes sociais sabe que você gosta muito de viajar. Como é a sua relação com conhecer outros lugares?
Giovanna: Amo viajar. É uma das grandes paixões da minha vida. Amo conhecer outras culturas, comidas, músicas e ambientes. Adoro sair daqui e ver que o mundo é muito maior do que a gente imagina. Acho que essa troca de experiências, de cultura e de gastronomia é muito rica. É um conhecimento na prática, que você adquire conversando com pessoas de outros lugares, conhecendo as histórias das pessoas que moram lá, e é muito diferente de conhecer lendo um livro de história. Gosto de conhecer lugares diferentes, que você olha e diz “nossa, isso é completamente diferente do meu país”.
Você tem uma relação bem forte com Fernando de Noronha. Você pode falar um pouco sobre isso?
Giovanna: Frequento Noronha há 11 anos e vejo uma diferença de quando comecei a ir para hoje. Fernando de Noronha deu aquela bombada no Brasil. Teve uma época em que era uma Ilha paradisíaca, mas era mais vazia. Hoje em dia, caiu mais no conhecimento do grande público. Mas é um lugar muito especial, primeiro porque é uma ilha vulcânica, e adoro ir para lugares onde tem uma história. É muito bonito como tudo é muito equilibrado, é um dos poucos lugares do Brasil onde realmente existe preservação, onde as pessoas pagam para preservar, além de ser uma energia inacreditável. Existe uma coisa mística ali. Quando você está lá, coisas mágicas acontecem. Já tive grandes notícias positivas lá. Descobri que tinha entrado no elenco do meu primeiro filme, meu namoro começou, muitas coisas boas na minha vida estão ‘linkadas’ a Noronha. Acho que por isso é tão especial para mim.
Qual a viagem mais interessante que você fez recentemente?
Giovanna: Uma viagem que fiz, apesar de já fazer dois anos, mas que foi completamente diferente, foi o Egito, pela cultura deles que é ancestral, com as pirâmides e as crenças. Tudo é muito diferente. Todas as experiências são válidas dentro do nosso país. Temos tantas experiências maravilhosas. Por exemplo, gravando “Ricos de Amor 2”, a gente ficou um mês na Amazônia. Eu já tinha ido para lá algumas vezes com o Greenpeace, e também sem eles, mas nunca em uma experiência de ficar um mês no Rio Negro, tendo um contato direto com comunidades indígenas e com as pessoas que moram ali, comunidades ribeirinhas. É impressionante você ver como o Brasil é potente com suas culturas. Parece que são cinco países em um, porque a gente tem uma diversidade de coisas aqui, de clima, de comida, de sotaque, de postura. Viajar é uma das formas mais ricas de adquirir conhecimento. Faz bem tanto para a cabeça quanto para você se intelectualizar.
Tem alguma novidade que está vindo em breve na sua carreira?
Giovanna: Vou começar a rodar um longa-metragem, agora no segundo semestre, diferente de tudo que eu já fiz. Nunca participei de um filme de comédia. Sempre tento introduzir humor nas minhas personagens — que às vezes nem têm a ver com comédia —, porque gosto de humor e acho que às vezes dá uma bossa diferente no papel. Mas essa é a primeira vez que, efetivamente, vou fazer uma comédia, e isso me deixa muito feliz, porque é um segmento que adoro e nunca tive tanto contato. Estou bem empolgada, mas não posso dar muitos detalhes ainda.