Sabe quando você lembra de alguma comida e fica com água na boca? Se você já visitou Goiás alguma vez, provavelmente tenha tido essa sensação com a culinária goiana. Empadão Goiano, Chica Doida, Arroz com Pequi, Pamonha… as opções são muitas e extremamente saborosas.
Alguns ingredientes utilizados são fortes, como o pequi, que vai bem com arroz, frango, molhos e até sorvete. Outros são versáteis e preparados de formas diversas, como o milho, que vira pamonha, angu, cural, chica doida e por aí vai.
A culinária goiana tem um gostinho de comida caseira, que causa aquela sensação de bem-estar, conforto e por que não uma lembrança? Se permitir provar as delícias de Goiás faz com que você tenha uma experiência gastronômica inesquecível.
Conheça alguns Ingredientes:
Pequi: o nome é de origem indígena e significa pele com espinhos. Sem nenhuma dúvida, este fruto é o mais conhecido de todos. Prova disso é que ele está na culinária e no vocabulário goiano. Se você nasceu no estado ou conhece alguém de lá, já deve ter ouvido algo como “é para acabar com os pequis de Goiás” ou, no mais legítimo goianês, “é pá cabá com os piqui du Goiás”.
O fruto amarelo, típico do cerrado, tem sabor e cheiros marcantes. É o ingrediente do tipo ame ou odeie. Se você já ouviu que é preciso “saber comer” o pequi, você não está ouvindo algo absurdo. No seu interior, ele tem espinhos, e, por isso, não morda no fruto, pois, caso contrário, ficará com a boca cheia deles. Pequi se rói, não se morde.
Guariroba: também conhecido como gueroba, guarirova, guariroba-verdadeira, jaguaroba, gariroba, palmito-amargoso, catolé, pati-amargoso e coco-amargoso, o palmito tem sabor amargo e é utilizado em vários pratos, como o famoso empadão goiano. Ela é nativa do cerrado brasileiro e pode ser consumida tanto cozida quanto crua.
Milho: é um dos mais versáteis ingredientes da culinária goiana. Angu, cural, pamonha, chica doida e sorvete são algumas das possibilidades que ele proporciona. Ele também entra na galinhada, no refogado, na espiga e até assado. Em Goiás, as possibilidades com o milho são inúmeras.
Esses são apenas alguns dos ingredientes mais utilizados na gastronomia local.
Vamos às comidas?
Empadão Goiano: é uma espécie de torta com massa fina embaixo e mais grossa em cima. E o que tem dentro? Frango, linguiça, ovo cozido, pequi, guariroba e azeitonas. Mas o recheio pode ter variações para agradar a todos os paladares. E pense em um prato recheado! A fartura é quase uma obrigatoriedade em Goiás.
Arroz com Pequi: este prato é para paladares mais acostumados com o sabor forte do fruto do cerrado. O pequi é cozido junto ao arroz e deve ser comido, como já dissemos, com cuidado devido aos espinhos. É possível acrescentar outros ingredientes ao arroz, como algum tipo de carne ou frango.
Galinhada: diferente do arroz com pequi, a galinhada leva, além da galinha (ou frango) e do arroz, milho, açafrão e guariroba, tudo arrematado com pimenta-de-cheiro e cheiro-verde. O pequi, neste caso, é opcional, podendo ou não fazer parte do prato.
Chica Doida: esse prato é patrimônio cultural e imaterial de Goiás. O prato criado por Petronilha Ferreira Cabral e pelo marido, João Batista da Rocha, em Quirinópolis, no sudoeste goiano, foi inventado há mais de 70 anos e surgiu porque a palha de milho utilizada para embalar a pamonha tinha acabado.
Com a massa da pamonha, Petronilha adicionou outros ingredientes, como alho, cebola, sal, linguiça e jiló. Uma senhora chamada Francisca, que morava com a família, teria colocado muita pimenta na hora do preparo. Em homenagem a ela, surgiu o nome Chica Doida.
A massa é cozida em uma panela. Depois, coloque-a em uma assadeira, acrescente a linguiça (já cozida), o jiló e o queijo e leve ao forno para gratinar.
Pamonha: é quase um evento entre as famílias goianas. Sim! Ainda hoje é comum que os familiares se reúnam para fazer a “pamonhada”. Todos participam no preparo da iguaria que pode ser doce, salgada e “à moda”. A pamonha doce pode levar, além do açúcar na massa, coco ralado e um pedaço de queijo. A salgada tem sal e pode levar queijo também. Por último, a pamonha “à moda”, além do tempero, pode conter pimenta, linguiça, carne, queijo, jiló e o que mais a imaginação e o seu paladar permitirem.
Carne de Lata: ela surgiu quando ainda não existia energia elétrica na região, tampouco geladeira. Com isso, quando um animal era morto para consumo, as pessoas tinham que encontrar uma forma de conservar a carne para que ela não estragasse. A tradicional carne de lata é feita com porco frito e conservada na própria gordura.
Se você estiver de passagem por Goiânia, pode experimentar a típica culinária goiana no restaurante Jerivá, no shopping Flamboyant. Segundo Fernando Benko, administrador e diretor do local, todos os dias, independentemente do cardápio do dia, são oferecidos em todas as lojas da rede o frango caipira ao molho, a carne de lata e o pequi. Tudo com um tempero caseiro típico de Goiás. “Usamos bons ingredientes, mas a cebola, o sal e o alho refogados fazem a diferença por aqui”, diz Fernando.
Outro restaurante que vale a pena visitar é o Chão Nativo do Setor Oeste. Leila Cristina da Costa Mariano, proprietária do lugar, conta que na cozinha não podem faltar pequi, guariroba e carne de lata. E por que servir comida goiana? “Isso fez parte da minha infância. Cresci na roça e decidi valorizar a comida que sempre comi. É tudo muito gostoso e faz bastante sucesso”, finaliza Leila.
Onde comer
Restaurante Jerivá, em Goiânia (GO): @restaurantejeriva
Restaurante Chão Nativo, em Goiânia (GO): @chaonativo1
Restaurante Mau Nenhum,em Goiânia (GO): @maunenhum
Restaurante Cateretê, em Goiânia (GO): @caterete