Se você ama passeios culturais e adora contemplar diversas manifestações artísticas, precisa conhecer o Instituto Moreira Salles (IMS), que tem sedes em três diferentes cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Poços de Caldas (a sede do Rio está temporariamente fechada para reformas).
Instituição cultural brasileira sem fins lucrativos, o IMS foi fundado em 1992, pelo embaixador e banqueiro Walther Moreira Salles (1912-2001). O acervo do Instituto Moreira Salles disponibiliza quatro áreas: Fotografia (cerca de 2,5 milhões de imagens), Música (cerca de 50 mil discos de 78 rotações), Iconografia (cerca de 10 mil desenhos e gravuras e arquivos pessoais de artistas gráficos) e Literatura (com cerca de 150 mil itens de biblioteca e arquivos pessoais de autores). De acordo com informações compartilhadas com a imprensa, os acervos estão apropriadamente abrigados em reservas técnicas no Rio de Janeiro.
Vale destacar que entre as artes mantidas pelo IMS estão coleções com fotografias de Marc Ferrez, Marcel Gautherot, Walter Firmo, Evandro Teixeira e José Medeiros, as discotecas de Humberto Franceschi e J.R. Tinhorão, o acervo de Pixinguinha e os arquivos de escritores, como: Ana Cristina Cesar, Rachel de Queiroz, Otto Lara Resende, Carolina Maria de Jesus e Carlos Drummond de Andrade.
Acervo
Na área de Fotografia, que deu o título ao IMS de uma das principais instituições de fotografia do país, há cerca de 2,5 milhões de imagens, incluindo as fotografias de Marc Ferrez, com coleções que abarcam quase todo o século XX. Autores como Marcel Gautherot, José Medeiros, Walter Firmo, Flieg, Evandro Teixeira, Januário Garcia e Otto Stupakoff, entre outros, também compõem esse acervo. Em 2016, foi adquirido o arquivo fotográfico dos jornais do grupo Diários Associados no Rio de Janeiro, com cerca de 1 milhão de itens. Já a área de Fotografia Contemporânea, criada em 2012, é responsável pela realização de exposições e de projetos comissionados, e pela coleção dedicada à produção brasileira.
Na Música, o foco principal está na produção nacional da primeira metade do século XX, com destaque para os arquivos de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha, e mais de 50 mil discos que completam a coleção. Há, na área de Literatura, uma biblioteca com cerca de 50 mil itens e um arquivo com aproximadamente 97 mil documentos, incluindo cartas, crônicas e cadernos. Entre os arquivos pessoais que se destacam estão os de Otto Lara Resende, Erico Verissimo, Carolina Maria de Jesus, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Lygia Fagundes Telles e Paulo Mendes Campos, entre outros grandes nomes da literatura nacional.
A Iconografia do IMS se dedica à pesquisa, conservação e difusão da cultura gráfica brasileira. Desenhos, gravuras e arquivos pessoais de artistas gráficos compõem um panorama da história da imagem impressa no país. A coleção conta com produções de Charles Landseer, Rugendas, Debret e Von Martius, J. Carlos, Millôr Fernandes e mais.
Os Acervos Especiais guardam a memória de figuras importantes da história brasileira. O acervo Walther Moreira Salles, com aproximadamente 30 mil itens, abrange um período de cerca de 100 anos (1905-2006) e documenta a trajetória pessoal e institucional do embaixador, empresário e patrono das artes. Já o acervo de Olavo Redig de Campos, autor do projeto arquitetônico da casa onde hoje é o IMS Rio, também está sob a guarda do instituto.
Centros culturais do IMS
Para promover exposições, expor mais seu acervo e realizar uma programação cultural bastante intensa, o IMS se organiza em três centros culturais, os quais contam com mostras de arte, de cinema, de livros de fotografia, de literatura e de música, além de espetáculos. O acesso e várias de suas atividades são gratuitas e abertas ao público. Há diversos cursos oferecidos pelo Instituto. Saiba mais sobre a programação em: ims.com.br
O IMS Paulista, inaugurado em 2017, passou a substituir o IMS Higienópolis (1996-2016), e abriga toda a programação organizada pelo instituto na capital paulista. Construído especialmente para ser a sede do Instituto Moreira Salles em São Paulo, o centro é fruto do projeto do escritório Andrade Morettin Arquitetos, e tem cerca de 1.200 metros quadrados de galerias para exposições, distribuídas em três andares.
Por lá, há uma biblioteca especializada em publicações sobre fotografia; um cineteatro, onde acontecem as mostras e sessões de cinema, além de apresentações musicais; uma sala de aula, ateliês e laboratório para cursos e oficinas. Não à toa, o espaço conquistou o prêmio de melhor obra de arquitetura em São Paulo, concedido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), na categoria Arquitetura e Urbanismo.
Localizado em um dos quarteirões mais bem servidos de transporte público no Brasil, o IMS Paulista tem programação intensa de exposições, cinema e cursos. No centro cultural, estão ainda a loja IMS por Travessa, uma parceria com a Livraria da Travessa, o café e o restaurante Balaio, comandados pelo chef Rodrigo Oliveira.
No momento, as mostras do IMS Paulista são “Echo”, de Richard Serra, primeira escultura aberta à visitação pública da América Latina do artista norte-americano Richard Serra (São Francisco, 1938), instalada no jardim externo; “Pequenas Áfricas: o Rio que o samba inventou” que foca na cena cultural que, entre os anos 1910 e 1940, produziu e consolidou o samba; “Que país é este?”, uma exposição em homenagem à carreira do cineasta e fotógrafo Jorge Bodanzky, com foco na produção realizada durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).
Projetada pelo arquiteto Olavo Redig de Campos em 1948 e inaugurada em 1951 como residência da família Moreira Salles, a sede do IMS no Rio de Janeiro está temporariamente fechada para obras. A reforma tem previsão de quatro anos, mas a instituição pretende assegurar sua presença na cidade com programação cultural. Acompanhe também pelo site do IMS.
O IMS Poços é o primeiro centro cultural do Instituto Moreira Salles, inaugurado em agosto de 1992. O espaço se consolidou como um local de divulgação da arte, apresentando uma programação variada, com exposições, cursos de fotografia, cinema, concertos, conferências e muito mais. Por lá, há também uma loja com as publicações e produtos do IMS.
Para abrigar suas atividades, foi restaurado um imóvel centenário de grande valor histórico – o Chalé Cristiano Osório – e construído, ao lado dele, um moderno centro cultural, com cerca de mil metros quadrados de área expositiva. No chalé Cristiano Osório, os visitantes também podem conhecer a Rotina Café Galeria.
Onde estão localizados os centro culturais?
IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424
São Paulo
Funcionamento: Terça a domingo e feriados, das 10h às 20h (fechado às segundas)
IMS Poços
Rua Teresópolis, 90
Jardim dos Estados
Poços de Caldas – Minas Gerais
Funcionamento: Terça a sexta, das 13h às 19h. Sábado, domingo e feriados, das 9h às 19h (fechado às segundas).
IMS RIO
A unidade do Rio de Janeiro está temporariamente fechada para reformas.