Tem raquete, bolinha, uma quadra e dois jogadores. Ou quatro, quando são duplas se enfrentando. Essas indicações faz logo com que pensemos no tênis, esporte mundialmente praticado, com jogadores famosos e transmissões de partidas pela TV. Um pouco desconhecido do público, ao menos no Brasil, o squash tem números que impressionam quem nunca ou pouco ouviu falar do esporte. São 15 milhões de praticantes em cerca de 150 países, sendo 60 mil deles em nosso país, espalhados por mais de mil quadras, sendo essa uma das maiores comunidades do squash nas Américas.
O squash é disputado em uma quadra de quatro paredes, sendo a traseira de vidro para facilitar o acompanhamento por parte de quem não está no jogo. A bolinha é de cor preta, oca e feita de borracha. Em tacadas alternadas pelos jogadores, a bolinha é rebatida na parede frontal, que tem três linhas de marcação. A raquete usada para jogar squash tem a cabeça um pouco menor e mais achatada que a raquete de tênis. Ao todo, ela tem 68,6 cm (27 polegadas) de comprimento e pesa de 90 g a 190 g.
“A revista norte-americana Forbes fez uma pesquisa sobre o esporte mais saudável do mundo e o squash ficou em primeiro lugar, à frente de esportes como remo e alpinismo”
William Lopes dos Santos, treinador de squash
Origem e evolução do esporte no mundo
Existem algumas versões sobre a origem da prática do squash. A mais conhecida delas é que o esporte teria nascido na Inglaterra, no século XIX, como uma variante do tênis. Fechados na prisão de Fleet Debtors, em Londres, os condenados usavam paus e bastões no lugar de raquetes e uma bola de borracha que batiam contra os muros da prisão.
Já outros utilizavam raquetes, surgindo daí ao que se concebeu como jogo de “Rackets”, que depois modificou o nome para “Squash Rackets” por causa da bola que passou a ser utilizada, mais lenta e macia, e que era esmagada (squashed, em inglês) quando atingia a parede.
A evolução e popularização do squash com quadras, regras e materiais próprios aconteceu na Harrow School, um colégio interno para garotos, também localizado na capital inglesa. Foi nesta escola, no ano de 1864, que foram construídas as primeiras quatro quadras de squash. Os especialistas dizem que o jogo praticado na Harrow School tem marcações e terminologias muito parecidas com um antigo jogo chamado de “péla”, também praticado com raquetes e com uma bola mais dura em um espaço fechado, geralmente um celeiro.
Com o passar do tempo, o esporte cresceu e ganhou praticantes ao redor do mundo, com associações inicialmente nos Estados Unidos e no Canadá, além da Inglaterra. O primeiro livro dedicado ao squash foi escrito em 1901 e a atual Federação Mundial de Squash (WSF) criada em 1967.
Os primeiros campeonatos mundiais aconteceram somente na década de 1970, pois antes disso o torneio relacionado ao título de melhor jogador do planeta era o British Open. O australiano Geoff Hunt ganhou os quatro primeiros títulos no masculino, e a também australiana Heather McKay levou o título no primeiro torneio feminino. Outros dois grandes nomes da história do esporte são os paquistaneses Jansher Khan, com oito títulos mundiais, e Jahangir Khan, hexacampeão mundial e detentor da maior invencibilidade da história do esporte.
No Brasil, a primeira quadra foi construída por ingleses que vieram trabalhar nas minas de ouro em Nova Lima (MG). Já em clube esportivo, a primeira quadra surgiu no São Paulo Athletic Club, na década de 1930. O esporte no Brasil é administrado pela Confederação Brasileira de Squash desde 1991.
Squash como atividade física
Treinador da WSquash Academia, em Ribeirão Preto, William Lopes dos Santos explica que o squash é um esporte muito procurado por quem quer entrar em forma e perder peso com uma atividade física. Entre os benefícios trazidos pelo squash estão a melhora do sistema cardiovascular, o fortalecimento da musculatura de coxas e glúteos, além do esforço nos braços, ombros e costas. Meia hora de squash equivale a uma perda de 500 calorias, além de apresentar baixo risco de lesão.
“A revista norte-americana Forbes fez uma pesquisa sobre o esporte mais saudável do mundo e o squash ficou em primeiro lugar, à frente de esportes como remo e alpinismo. Ele é dinâmico, trabalha a coordenação motora, o aprimoramento da noção de espaço, reforça a memória, diminui o estresse, ansiedade e aperfeiçoa equilíbrio”, afirma William, que é praticante de squash há 20 anos.
Jovem campeão
Uma das maiores promessas do squash brasileiro, Isaías Melo Silva, de 15 anos, já coleciona títulos. O jovem morador de Jardinópolis, cidade na região de Ribeirão Preto, é o atual campeão brasileiro sub15, além de ter vencido diversos campeonatos nacionais e continentais desde os 11 anos, quando começou a se destacar. “São mais de cem conquistas na trajetória”, afirma Emerson Felipe Silva, pai, treinador e principal incentivador. Isaías é um atleta apoiado pela Voepass Linhas Aéreas.
Regras do squash
- A contagem oficial é de 11 pontos sem vantagem, melhor de 3 ou 5 games;
- O sacador (que venceu o sorteio ou o último game jogado) escolhe o lado que vai sacar (direito ou esquerdo) e tem que alternar de lado até perder o saque. Para o saque ser bom, é preciso acertar acima da linha de saque e abaixo da linha que delimita a quadra, caindo dentro do quadrante oposto do fundo da quadra;
- Depois de um saque bom, os jogadores alternam o direto de bater na bola até um deles errar. A bola precisa bater obrigatoriamente na parede frontal, acima da lata e abaixo da linha delimitadora. Para chegar à parede frontal, a bola pode bater nas outras paredes, mas sem bater no chão antes. A bola não pode quicar mais de uma vez no chão;
- O jogador deve sempre evitar bater na bola, se há o risco de acertar uma bolada ou raquetada no adversário.
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