Para manter o corpo em pé, você precisa dos ossos. Eles funcionam como um “cabide” para sustentar todo o peso de músculos, órgãos e tudo mais que forma o corpo humano. Mais do que sustentar, eles ainda servem como proteção de órgãos, armazenadores de minerais e produtores de células sanguíneas.
Os ossos se formam ainda durante a gestação e passam por diversas transformações ao longo da vida. Eles são remodelados constantemente, e isso é essencial para manter a integridade do esqueleto.
O ortopedista da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO), Márcio Passini, explica como os ossos são formados e como manter a saúde deles.
Composição dos ossos
São formados por tecido ósseo, que lhes dá a forma e função mecânica, por tecido cartilaginoso em suas extremidades, o que lhes permite o movimento em relação aos ossos vizinhos, e por tecido produtor de sangue em uma cavidade central no osso. Com a idade, este tecido, chamado hematopoiético e conhecido popularmente como tutano, é substituído por gordura.
O tecido ósseo propriamente dito é formado por 1% de células próprias de osso e 99% de uma matriz proteica de colágeno tipo 1 calcificada por fosfatos de cálcio e magnésio. Os fosfatos de cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita dão ao osso sua grande resistência à compressão. Os resíduos de colágeno tipo 1 dão ao osso alguma resistência à tração.
Os ossos são ricamente irrigados por artérias e veias e pobremente inervados. A maioria dos nervos estão no periósteo, película que reveste os ossos externamente e atua na consolidação de fraturas.
Formação dos ossos
Os ossos são formados pela transformação de moldes cartilaginosos e membranosos que surgem no corpo a partir da sexta semana de gestação. No final da vida intrauterina e durante a infância, esses moldes são transformados em ossos. Primeiro, os moldes são progressivamente calcificados. Depois, cada molde calcificado é progressivamente reabsorvido em pequenas áreas. Então cada área é preenchida por uma gelatina proteica de colágeno tipo 1.
Este colágeno é igual ao da pele e é resistente à tração. Nesse colágeno, são fixados cristais de hidroxiapatita. A hidroxiapatita é um cristal pobre que tem resistência à compressão. É formado por dois diferentes fosfatos, o de cálcio e o de magnésio.
Durante quase toda a vida, cada osso é remodelado mais ou menos a cada três anos. Na infância e adolescência, em menos tempo.
Ossos são iguais?
Não. O médico explica que cada osso tem uma anatomia microscópica própria, dependendo de sua função no esqueleto, mas quase todos eles têm uma “casca” formada por osso compacto, o osso cortical. Dentro do osso predomina um tecido ósseo parecido a uma esponja, o osso esponjoso. Esse tecido esponjoso é formado por pequenas traves, as trabéculas, que parecem estar em todas as direções, mas guardam uma racionalidade mecânica com a função de cada osso no esqueleto.
Cálcio
Sem cálcio não há fosfatos de cálcio, muito menos cristais de hidroxiapatita. Então a falta de cálcio no osso leva à fragilidade óssea. São os cristais de hidroxiapatita que dão resistência aos ossos.
Osteoporose
A osteoporose prejudica a remodelação natural dos ossos e afeta mais o tecido ósseo esponjoso. Sendo assim, ela atinge mais ossos que têm grande quantidade de osso esponjoso, como os corpos vertebrais e as extremidades dos ossos longos, como fêmur, úmero, rádio e tíbia.
Exercícios Físicos
Quanto mais praticado, mais saudável. O médico diz que os músculos exercem esforços sobre os ossos. Então a atividade física aumenta a formação de tecido ósseo na remodelação dos ossos para que tenham uma resistência maior.
Ossos Saudáveis
Apesar de ser nomeada como vitamina, a vitamina D é um hormônio produzido na pele pela ação da luz do sol. Sua função mais conhecida é na absorção do cálcio no duodeno e na reabsorção tubular do cálcio nos rins. Cerca de 15 minutos de exposição ao sol por dia já são suficientes.
“Nem todo o cálcio ingerido é absorvido. Sempre há perda do excesso de cálcio da dieta. Também sempre há alguma eliminação na urina. Então precisamos sempre ingerir cálcio na dieta e produzir ou ingerir vitamina D para que o metabolismo do cálcio seja adequado”, explica Márcio. O cálcio é encontrado em alimentos lácteos e também em alimentos à base de soja, como o tofu, e em vegetais, como brócolis e espinafre.
A vitamina K se liga ao cálcio para dar início ao processo de coagulação do sangue. Mas também participa da formação de proteínas que promovem a calcificação do osso, como a osteocalcina, e de proteínas que impedem a calcificação das partes moles, principalmente da artéria aorta e de vasos e válvulas do coração. Essa vitamina pode ser encontrada em vegetais, como alface, brócolis, couve, espinafre, agrião e acelga.
O átomo de magnésio é muito semelhante ao átomo de cálcio. Também tem atuações semelhantes, inclusive participa dos cristais de hidroxiapatita. A falta e o excesso são ruins para a qualidade mecânica do osso e outras funções fisiológicas. O magnésio é encontrado em alimentos como abacate, amêndoas, nozes e alguns tipos de peixe.
Já o boro atua na absorção e regulagem de cálcio, magnésio e fósforo. Existe em grande quantidade nas frutas. Também atua na produção de hormônios sexuais, como a testosterona e o estrógeno. Ele pode ser encontrado em maçãs, laranjas, uvas, peras, ameixas, kiwis, sultanas, tâmaras, abacates, soja e nozes.
“Nem todo o cálcio ingerido é absorvido. Sempre há perda do excesso de cálcio da dieta. Também sempre há alguma eliminação na urina. Então precisamos sempre ingerir cálcio na dieta e produzir ou ingerir vitamina D para que o metabolismo do cálcio seja adequado”,
Fatores de risco
Márcio Passini explica que tabagismo e alcoolismo são considerados fatores de risco para osteoporose.
No caso do tabagismo, ainda há a agravante da diminuição do oxigênio respirado e a alteração dos estrogênios pela nicotina, levando a uma menor remodelação óssea e, portanto, à osteoporose, que é um fator de risco para as fraturas por fragilidade óssea.
Outros fatores de risco para osteoporose são a herança genética (familiar), a etnia (amarela e branca), o gênero (feminino), a idade (maior), o peso corporal (menor), os hipogonadismos masculino (mau funcionamento das gônadas afetando testículo) e menopausa (principalmente a precoce), as doenças inflamatórias (reumatismos, doenças intestinais), as cirurgias bariátricas (pela má-absorção), o diabetes, o hiperparatireoidismo, a doença renal crônica, a imobilidade e a falta de exercícios físicos.
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