Eleita como a “melhor cidade do país para viver”, Maringá é um exemplo de desenvolvimento econômico e social para o Brasil.
Localizada no noroeste do Paraná, a pouco mais de 425 quilômetros da capital estadual Curitiba, a “Cidade Canção” aparece nas primeiras posições em vários rankings e estudos publicados nos últimos anos pelos seus altos índices em questões como infraestrutura e qualidade de vida.
Com 409 mil habitantes, segundo o Censo de 2022, a terceira maior cidade do Paraná e a sétima da região Sul forma, ao lado de outros 25 municípios, a Região Metropolitana de Maringá (RMM), com população estimada em mais de 800 mil habitantes.
Essa evolução de Maringá como polo regional impressiona pela velocidade, uma vez que a cidade é jovem, com apenas 77 anos de fundação.
A economia forte de Maringá
Economicamente, Maringá também aparece entre as principais cidades do estado e do Brasil. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 22,7 bilhões em 2021, alavancado por setores como: prestação de serviços, comércio, indústria e agro, a cidade aparece como a quinta melhor economia do Paraná e a 54ª do país.
Moda têxtil e núcleo universitário
Maringá ganha notoriedade também como polo de moda têxtil, com várias fábricas que geram milhares de postos de trabalho, além de uma unidade do Paraná Moda Park que recebe compradores de estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e como núcleo universitário, sendo sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM), além de contar com campus de universidades privadas, como a Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR).
Maringá é destaque em rankings
Se houvesse uma lista de cidades que aparecem em rankings sobre qualidade de vida, Maringá estaria no topo.
Índice de Desafios da Gestão Municipal
A cidade paranaense é tricampeã (2017, 2018 e 2020) do estudo feito pela consultoria Macroplan que avalia as 100 maiores cidades brasileiras a partir do Índice de Desafios da Gestão Municipal (IDGM). O levantamento analisa indicadores de educação, saúde, segurança e saneamento básico.
Bloom Consulting Brasil City Ranking
Maringá também figura com desempenho favorável no Bloom Consulting Brasil City Ranking. Divulgado em 2023, o estudo analisou a performance dos 100 municípios brasileiros mais populosos em aspectos como: visitar, viver e investir.
Smart Cities Connected 2023
Já de acordo com o ranking Smart Cities Connected 2023, Maringá está no top-50 das cidades consideradas mais inteligentes e conectadas no Brasil.
Instituto Trata Brasil
O melhor saneamento básico do país também é outro troféu de Maringá. De acordo com a edição de 2024 do ranking do Instituto Trata Brasil, 100% do esgoto é tratado na cidade.
Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade
Além disso, Maringá é a 21ª cidade com maior qualidade de vida para idosos em todo o Brasil, segundo o Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade, levantamento elaborado pelo Instituto de Longevidade.
Abertura do norte paranaense
A colonização e fundação das principais cidades do norte do estado, como: Maringá, Londrina, Apucarana e Cianorte, aconteceram a partir da década de 1920, enquanto outras partes do estado se desenvolveram meio século antes com o cultivo da erva-mate, principal cultura na balança econômica naquele período e que necessita de um clima mais frio para um crescimento favorável.
A região, até então isolada e com uma população que vivia em áreas rurais, começou a ser vista com outros olhos pela necessidade da expansão do cultivo do café e do algodão, e sua fértil e avermelhada “terra roxa” ganhou milhares de hectares de lavouras em poucos anos.
Companhia de Terras Norte do Paraná
Essa transformação aconteceu com a compra de terras entre os rios Tibagi, Ivaí e Paranapanema por parte de investidores ingleses, que fundaram a Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), que tinha como principal acionista a Brazil Plantations Syndicate Ltda., de Londres.
Com a abertura de vários quilômetros de ferrovia para o escoamento do café, cereais e madeira no norte e noroeste paranaense, o planejamento da CTNP previa o nascimento de cidades que seriam grandes centros prestadores de serviços da região, entre elas Maringá.
O primeiro lote de terras do que viria a ser o município foi adquirido pelo padre alemão Emílio Clemente Scherer, considerado um pioneiro e que ergueu a primeira igreja de Maringá dentro da nova propriedade.
Por que Maringá é a Cidade Canção?
Maringá é carinhosamente chamada de Cidade Canção, pois seu nome é inspirado em uma canção. Esse apelido, que se tornou o codinome oficial da cidade em 2002 por meio de lei municipal, vem da música “Maringá”, um dos maiores êxitos da carreira do compositor mineiro Joubert de Carvalho, de 1932.
Ou seja, a canção – feita a pedido de um ministro e que retrata a vida de uma retirante nordestina que foge da seca, Maria de Ingá – é anterior ao nascimento do município e uma das inspirações para o nome Maringá.
A música com a letra “Maringá, Maringá, depois que tu partiste, tudo aqui ficou tão triste, que eu ’garrei’ a ’maginá’” foi gravada por diversos artistas.
As teorias para o nome ter pegado são duas: uma é que havia um córrego na região com esse nome por causa da canção, e outra é que os trabalhadores da CTNP cantarolavam a música enquanto trabalhavam.
O compositor conheceu a cidade e foi homenageado com uma rua com seu nome no centro de Maringá e um busto na Praça Raposo Tavares.
Maringá, cidade amiga da natureza
Fundada oficialmente em 10 de maio de 1947, a urbanização de Maringá começou a ser planejada anos antes.
Ela foi desenhada pelo engenheiro paulista Jorge Macedo Vieira dentro do conceito de cidade-jardim, um princípio urbanístico criado no final do século XIX, que previa avenidas largas, muitas áreas verdes e ruas que seguiam a inclinação natural do relevo o mais fiel possível, com mínima interferência na topografia.
O conceito que preza pelas áreas verdes ainda é visto em Maringá, uma cidade repleta de parques, praças, canteiros, jardins e ruas arborizadas, e que possui 21 áreas de preservação ambiental, 14 delas sendo parques, além de 90 praças.
Com um trecho de floresta remanescente da Mata Atlântica, Maringá tem as cerca de 150 mil árvores como patrimônio cultural, o que garantiu ao município o seleto título de “Tree Cities of the World” (Cidade Árvore do Mundo), reconhecida por júri da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Fundação Arbor Day.
Parques de Maringá
Um dos “pulmões” da cidade e com uma área de 474 mil metros quadrados, o Parque do Ingá, localizado no coração de Maringá, tem muitas árvores e espaços para o lazer dos moradores.
Inaugurado na década de 1970, o parque tem lago, pista de caminhada, academias ao ar livre e um jardim japonês erguido em homenagem à visita do príncipe do Japão à cidade.
Também um espaço de lazer a céu aberto para a população, o Parque Alfredo Nyffeller foi criado para revitalizar uma área degradada às margens da nascente do Ribeirão Morangueiro.
Em seus 104 mil m², há um lago artificial, campos de futebol, parque infantil, pista de caminhada e mirante. Há, ainda, o Bosque das Grevíleas, batizado assim por causa da presença das árvores do mesmo nome, conhecidas pelas belíssimas flores coloridas.
Catedral de Maringá em formato de satélite
O principal cartão-postal da cidade, a Catedral Metropolitana Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória se destaca na paisagem.
Localizada em meio a fontes, chafarizes e espelhos d’água da chamada Praça da Catedral, na avenida Tiradentes, principal via da cidade, a igreja foi projetada pelo arquiteto José Augusto Bellucci e inaugurada em maio de 1972, após mais de uma década de construção.
A inspiração para o seu formato de cone, que aponta para o céu, vem do satélite soviético Sputnik, visto que a palavra “poustinikki” denomina o peregrino que se afasta do mundo para ficar mais perto de Deus. O cone possui uma altura externa de 114 metros, o que somado a cruz de 10 metros no topo totaliza 124 metros de altura. Atualmente, a basílica de Maringá é o 10º monumento religioso mais alto do mundo e o primeiro da América Latina.
Comunidade japonesa em Maringá
A comunidade japonesa de Maringá é uma das mais importantes e representativas do Brasil. Estudos demonstram que 4,3% da população maringaense tem ascendência nipônica, desde imigrantes a bisnetos de japoneses. A presença da comunidade pode ser observada em vários espaços.
Parque do Japão
Um exemplo é o Parque do Japão. Inaugurado em 2014, o lugar conta com: teatro, sala de eventos, ginásio esportivo, casa de chá, restaurante japonês, um bosque de cerejeiras, o Museu da Imigração, um lago com peixes ornamentais e o maior jardim japonês fora do Japão.
O projeto foi implementado com apoio de Kakogawa, cidade-irmã de Maringá, e que por sua vez conta com um monumento em homenagem à catedral maringaense.
Associação Cultural e Esportiva de Maringá (Acema)
Outro laço de união entre a comunidade japonesa e a cidade é a Associação Cultural e Esportiva de Maringá (Acema), fundada em junho de 1947 e sede de uma série de atividades culturais, sociais e esportivas.
Entre os destaques da programação está o Festival Nipo-Brasileiro, um dos maiores eventos da cultura japonesa no Brasil e que deverá receber mais de 70 mil visitantes em sua 33ª edição, entre os dias 3 e 11 de agosto.
Mais lugares para conhecer em Maringá
- Mercadão: estabelecido em 2009, no prédio que abrigou o primeiro armazém do município, nele são vendidos bebidas, carnes, peixes, especiarias e muito mais;
- Museu UniCesumar: composto pela Casa do Pioneiro, Museu Interativo e Espaço do Automóvel, conserva a história dos pioneiros;
- Museu Dinâmico Interdisciplinar: o MUDI é dedicado às ciências, com um acervo de exposições sobre paleontologia, física, matemática, geografia e mais;
- Templo budista: chamado de Jodoshu Nippakuji, foi inaugurado há 40 anos e construído em peroba sem pregos ou parafusos. Destaque para a imagem de Buda Amida e o sino de 900 quilos;
- Porto Rico: com um total de oito “praias” de águas cristalinas, formadas no encontro dos rios Paraná e Paranapanema, a cidade é procurada por maringaenses para lazer.