Os estádios do Qatar recebem, a partir do dia 21 de novembro, 32 seleções para a disputa da taça de campeão mundial de futebol da Copa do Mundo da Fifa 2022. Mas os fãs do esporte mais popular do planeta podem entrar no clima do evento já a partir de agosto, quando a Panini, editora que detém os direitos de comercialização do álbum oficial do torneio no Brasil, irá disponibilizá-lo nas bancas de jornais de todo o país.
As figurinhas colecionáveis irão trazer estampadas, além das imagens de 18 jogadores de cada uma das seleções, fotos dos estádios e das cidades-sede definidas para receber os jogos. São 670 cromos no total, sendo 50 especiais e 80 raros. São dois modelos disponíveis: com capa no formato cartão, de menor valor, e capa dura, mais caro.
Os álbuns de figurinhas com jogadores de futebol, especialmente da Copa do Mundo, reforçam a nostalgia e o encanto que causa este que é um dos maiores eventos esportivos mundiais e que acontece somente a cada quatro anos. Procurar pelas figurinhas que ainda faltam na coleção, trocar os cromos repetidos com amigos, revisitar os álbuns antigos e ver os jogadores que participaram daquela edição do torneio são alguns dos prazeres reservados àqueles que tem na coleção de álbuns um hobby, muitas vezes iniciado ainda na infância.
“Como todo passatempo, o ato de colecionar precisa ser prazeroso e trazer algum aprendizado. Você aprende a ser mais organizado, a respeitar seus objetos.
Elias Patrick Júnior, colecionador
“Como todo passatempo, o ato de colecionar precisa ser prazeroso e trazer algum aprendizado. Você aprende a ser mais organizado, a respeitar seus objetos, a controlar seu orçamento para comprar as figurinhas, conhece novas pessoas para trocar figurinhas e busca cumprir seus objetivos, completando o álbum”, reflete o colecionador Elias Patrick Júnior, 43 anos, morador de Belo Horizonte (MG).
Patrick é criador do site Mundo das Figurinhas (mundodasfigurinhas.com.br), onde faz textos e análises sobre álbuns novos e antigos. Ele conta que a sua estreia nas figurinhas de futebol aconteceu com a Copa União de 1987, mas foi com a Copa do Mundo de 1990, na Itália, “o da capa vermelha”, que adquiriu seu primeiro álbum do torneio. O mais interessante é que ele só voltou a colecionar álbuns da Copa na edição passada, realizada em 2018, na Rússia.
A ideia para o blog teve início durante o torneio de quatro anos atrás, pois, de acordo com ele, surgiram no Brasil caixas de figurinhas com o verso na cor rosa e numeração diferente, o que causou curiosidade em toda a legião de fãs de figurinhas. “Nos grupos de WhatsApp e Facebook quase todo dia alguém perguntava a diferenças destas para as figurinhas comuns. Assim eu criei um post no celular, onde fiz um resumo, com fotos do álbum, e sempre postava esse texto quando alguém perguntava”, relembra.
Assim surgiu o Mundo das Figurinhas, onde o primeiro texto foi justamente sobre a coleção de “figurinhas rosas” da Copa-2018. “O principal objetivo do blog é trazer informações detalhadas sobre coleções de álbuns de figurinhas de futebol, mas também temos artigos sobre curiosidades, como um que conta a história da Panini, outro sobre os cromos dos jogadores que mais foram convocados para a Copa do Mundo e até sobre o álbum de figurinhas da Fórmula 1”, explica Patrick.
Sobre o álbum do Qatar, Patrick acredita que o tradicionalismo vigente nos últimos álbuns da Copa deve ser mantido. “Como o álbum é lançado no mundo inteiro, é preciso agradar muitas pessoas, por isso não costuma haver mudanças”, acrescenta o blogueiro.
Colecionador desde a infância
Mesmo sem novidades esperadas para o álbum do Qatar, os colecionadores nem pensam em deixar de adquirir o item. É o caso de Hamilton Albino Ribas de Andrade Filho, de 37 anos e colecionador de Londrina (PR). “Com certeza vou colecionar as figurinhas do álbum da Copa desse ano, não tenha dúvida”, enfatiza.
Hamilton tem em seu acervo cerca de 200 álbuns de figurinhas, grande parte deles de futebol, com um carinho especial pelos de Copa do Mundo. Colecionador desde a infância, começou com as figurinhas que vinham em chicletes e chocolates, além de latinhas e maços de cigarro, estas duas últimas logo proibidas pela sua mãe.
“Meu primeiro de Copa do Mundo foi o de 1990, quando colecionei sozinho, por minha vontade própria. O da edição de 1994, dos Estados Unidos, quando eu tinha 10 anos, é o mais marcante. Ele, porém, foi estragando com o tempo e hoje eu tenho um outro, em bom estado, porém comprado de terceiros”, explica Hamilton.
Comprar álbuns de décadas anteriores, em e-commerces, também se tornou um costume do colecionador. Nessas plataformas ele encontrou álbuns do Campeonato Brasileiro, cards antigos da Champions League, além claro, de edições antigas das Copas. “O da Copa de 1978, da Panini, é um dos mais raros. Ele está em estado praticamente novo, somente com ferrugens no grampo. Deve valer uns R$ 4 mil”, explica.
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