São muitas as qualidades de Joinville que colocam o município do norte de Santa Catarina como um lugar modelo para o restante do país e entre as “melhores cidades do Brasil”, sendo inclusive a campeã geral e a primeira colocada entre as cidades de grande porte em 2022 no ranking da revista Isto É.
Polo econômico importante, com vocação industrial e empresarial, com um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,809, Joinville tem uma localização privilegiada entre o mar e a serra, o que a deixa próxima a seis grandes portos (cinco deles a menos de 125 km), a 180 km de distância de Florianópolis, capital de Santa Catarina, e a 130 km de Curitiba, capital do Paraná.
Maior cidade de Santa Catarina
Com uma população de pouco mais de 616 mil habitantes, é a maior cidade de Santa Catarina e terceira maior da região Sul do país e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem o segundo lugar estadual das cidades com maior Produto Interno Bruto (PIB), com R$ 45 bilhões, o que a posiciona no top-25 do país nesse quesito. Aos 173 anos, Joinville é genuinamente uma referência regional.
Joinville, destaque em várias setores
Constantemente em evidência nos últimos anos, Joinville é valorizada dentro dos setores industrial e empresarial brasileiro. No estudo “Melhores Cidades para Fazer Negócios 2023”, feito para a revista Exame, o município aparece em 1º lugar no ranking de Indústria, especialmente por ser sede de grandes empresas nacionais e multinacionais.
A cidade também é reconhecida por incentivar o surgimento de novas empresas e a manutenção das que já existem no município, conforme avaliação do “Índice de Cidades Empreendedoras 2023”.
Já no Brazilian Regional Markets, um evento realizado em maio do ano passado, em Nova York, nos Estados Unidos, o destaque foi para o Perini Business Park, maior condomínio empresarial da América Latina.
Construído no Distrito Industrial de Joinville, o polo tecnológico oferece em 2,8 milhões de m² de área uma estrutura favorável para mais de 290 empresas de setores diversificados, como: metal-mecânico, plástico, automotivo, agronegócio, construção, eletroeletrônico, químico, logístico, metalúrgico, financeiro, comercial e de serviços.
Outros prêmios e reconhecimentos conseguidos por Joinville em diversas áreas nos últimos anos são em:
- Gestão pública (selo Prata do “Programa Nacional de Transparência Pública” e finalista no “Prêmio Band Cidades Excelentes 2023”);
- Saúde (campeão do “Value-Based Health Care Prize 2021” pelo Joinvasc, programa público de tratamento de acidente vascular cerebral);
- Infraestrutura (prêmio “Going Digital Awards in Infrastructure 2021”, na categoria Sistemas de Água, Esgoto e Drenagem);
- Inovação (Selo Nível Prata da “Connected Smart Cities”);
- Mobilidade urbana (entre os três finalistas do “Brazilian Awards Smart City Expo Curitiba 2024”).
Charme arquitetônico e museus em Joinville
O fascínio por Joinville vai muito além de dados econômicos. A cidade tem estilo charmoso e clima agradável que encantam moradores e turistas.
As casas construídas com a técnica enxaimel, um modelo arquitetônico alemão trazido pelos imigrantes, estão espalhadas pela cidade e dão uma elegância única às ruas joinvilenses.
A técnica de construção europeia pode ser observada ainda no pórtico da principal entrada da cidade, ao lado do Parque Expoville, local muito frequentado pelas famílias aos finais de semana, e também no estilo do Mercado Público, fundado em 1907, um lugar ótimo para passear e visitar as lojas de artesanato, lanchonetes, peixaria e açougue.
Um dos principais cartões-postais da cidade é a encantadora Rua das Palmeiras. De nome oficial Alameda Brüstlein, a via foi tombada como patrimônio histórico e artístico nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e tem um belíssimo visual formado por 52 enormes e exuberantes palmeiras, vindas em 1873 do Rio de Janeiro.
Plantadas no jardim de entrada do Palácio dos Príncipes, a rua entre as palmeiras é um caminho muito utilizado por pedestres.
Museu Nacional de Imigração e Colonização (MNIC)
Caminhando nessa trilha entre as palmeiras chega-se até o Museu Nacional de Imigração e Colonização (MNIC), com exposições que apresentam objetos e documentos escritos relacionados ao processo histórico de estabelecimento da população na região.
A instituição cultural fica localizada no Palácio dos Príncipes, também chamado de “Maison de Joinville”, construído no século XIX para receber a princesa Francisca, filha de Dom Pedro I, e seu marido, que jamais estiveram na cidade.
Estação da Memória
Outro lugar que registra o passado da cidade é a Estação da Memória. Onde antes era a estação ferroviária, construída em 1906, o prédio restaurado recebe exposições sobre a história joinvilense, em um verdadeiro conglomerado de centros culturais.
Um deles é o Museu da Bicicleta, com um acervo encantador que reúne 16 mil itens variados, entre: bicicletas, objetos de arte e fotografias.
Museu Arqueológico de Sambaqui (MASJ)
Por ser um centro arqueológico importante do país, Joinville tem o Museu Arqueológico de Sambaqui (MASJ). Criado em 1972 e de acesso gratuito aos visitantes, o museu tem como missão a preservação e documentação dos mais de 40 sítios arqueológicos existentes na região.
Esses locais, chamados de sambaquis, são um amontoado de conchas que podem chegar a 30 metros de altura e guardam vestígios de atividades humanas datados de mais de cinco mil anos atrás.
Joinville, a Capital da Dança
Oficialmente a “Capital Nacional da Dança”, o título foi obtido por Joinville pela Lei nº 13.314, sancionada em 2016 pelo governo federal.
No município catarinense, está localizada a única filial fora da Rússia da Escola do Teatro Bolshoi, a mais tradicional e prestigiada escola de balé do mundo. Fundada em março de 2000 e um orgulho para os moradores, o Bolshoi de Joinville forma bailarinos com a mesma técnica e qualidade artística aplicadas no país sede, tendo alunos vindos de todo Brasil e do exterior.
A escola fica anexa ao belíssimo Centreventos Cau Hansen, um complexo multiúso composto por expocentro, teatro, centro de convenções e uma arena com capacidade para 4,3 mil pessoas.
É por lá que acontece anualmente o Festival de Dança de Joinville, organizado desde 1983 e considerado o maior festival de dança do mundo pelo “Guiness Book – O livro dos recordes”, com a participação de mais de 13 mil dançarinos do Brasil e do mundo, e público de 230 mil pessoas.
Cervejarias e gastronomia típica
A tradição de Joinville como uma cidade cervejeira vem há mais de 170 anos, reconhecendo as cervejas artesanais produzidas no município como de grande excelência.
Para colocar ainda mais as cervejarias como um marco cultural da região e fortalecer a promoção do turismo foi lançada oficialmente, no fim de 2023, a Rota Cervejeira de Joinville.
A rota se tornou realidade com a união de oito cervejarias e três pubs, sendo os participantes:
- Bierval;
- Gutbrau;
- Haenschbier;
- Millebier Marquês;
- Monte Crista;
- Opa Bier;
- Rhein Bier;
- River Falls;
- Rheinkeller Restaurante e Choperia;
- San Julian Brewpub;
- Truck Valley Food Park.
São centenas de rótulos de produção própria servidos em lugares onde é possível degustar a autêntica cerveja joinvilense.
Os costumes dos imigrantes também podem ser vistos nos pratos da gastronomia germânica, com uma deliciosa variedade de pratos salgados e doces. Diversos restaurantes da cidade servem o marreco recheado, kassler (costeleta de porco), salsichas, eisbein (joelho de porco) e a onipresente batata, além dos doces cuca e schnecke (chineque).
Restaurantes como: Hubener, o Biergarten, o Gute Kuche e o Zum Schlauch contam com cardápios, decoração e ambientação que entregam um verdadeiro clima bávaro ao público.
Babitonga, o mar do joinvilense
Não é preciso andar muitos quilômetros para passar algumas horas de descanso na praia e aproveitar a natureza da região.
Maior baía navegável do estado, com mais de 130 km², a Baía da Babitonga é um tesouro natural. Com paisagens espetaculares e de enorme importância para o ecossistema, a Babitonga possui 24 ilhas.
Um dos destaques é o passeio de barco de cinco horas entre Joinville e São Francisco do Sul, com saída do cais do bairro do Espinheiros, onde fica o Parque Porta do Mar, um cartão-postal de Joinville com restaurantes e uma bela vista da Baía da Babitonga.
Outra opção de lazer é a Praia do Vigorelli, localizada em uma comunidade vizinha a Joinville, e que a pouco tempo ganhou um verdadeiro “banho de loja”, com a urbanização da orla e a consolidação como um ponto turístico regional.
Mais atrações turísticas em Joinville
- Catedral São Francisco Xavier: projetada dentro da influência modernista, a belíssima igreja possui duas cúpulas no formato de concha, 12 colunas de sustentação e 20 vitrais;
- Parque Zoobotânico: em uma área de Mata Atlântica preservada, o local conta com um minizoo com aproximadamente 200 animais de diferentes espécies;
- Estrada Dona Francisca: com muitos restaurantes e lojas no caminho, além de uma paisagem encantadora, liga Joinville a outras cidades e existe desde a colonização;
- Estrada Bonita: fundada em 1885 por imigrantes, as propriedades rurais ao longo da estrada refletem a cultura alemã, com produtos coloniais e comida típica;
- Morro da Boa Vista: com altitudes superiores a 1,2 mil metros, é o lugar ideal para contemplar Joinville, a paisagem da Baía da Babitonga e das montanhas da região;
- Festa das Flores: festival mais antigo do gênero no Brasil, recebe mais de 100 mil pessoas na Expoville, transformando a “Cidade das Flores” em um megajardim;
- Recanto das Nascentes Divinas: na estrada rural do Quiriri e ideal para quem busca contato com a natureza, apresenta uma enorme variedade de cachoeiras e trilhas.
Terras da Dona Francisca
Entre os apelidos de Joinville, a “Cidade dos Príncipes” remete ao início da colonização da região, embora os príncipes nunca chegaram a morar em terras joinvilenses.
A região fazia parte do dote que François Ferdinand Phillipe, príncipe de Joinville, filho do rei da França, recebeu em 1843 ao se casar com a princesa Francisca Carolina de Bragança, quarta filha de Dom Pedro I e irmã de Dom Pedro II. O casal mudou para a Europa após a união.
De acordo com o contrato de casamento, o dote da noiva, além de um milhão de francos, era de 25 léguas quadradas de terra em Santa Catarina.
A cidade foi chamada no início de Colônia Dona Francisca e tinha esse nome no dia da fundação, em 9 de março de 1851, mas no ano seguinte, a povoação passou a se chamar Joinville (cidade feliz, em francês), em homenagem ao nobre francês.