Maior estado brasileiro em extensão territorial, o Amazonas conta com uma área de mais de 1,5 milhão de km². Caso fosse um país, o estado amazonense seria o 16º maior do mundo em tamanho de território. Soma-se a essas grandes distâncias, a densa e exuberante Floresta Amazônica, que cobre o estado – e boa parte da Região Norte brasileira – de fora a fora.
O resultado: cidades separadas por muitas horas e até mesmo por alguns dias de viagem, em distâncias que só podem ser percorridas em deslocamentos de barco, pelos rios da região, pois são poucas as rodovias que cortam o estado, deixando alguns municípios, literalmente, isolados.
Os rios, no entanto, não são as únicas opções para quem tem como meta chegar até alguma cidade do interior do estado. Uma verdadeira “conexão amazônica” é feita pela Voepass Linhas Aéreas, tendo na sua rota voos com destinos para três aeroportos do interior amazonense: Tefé, Coari e Carauari. As três cidades ficam a grandes distâncias de Manaus e não há rodovia que as ligue à capital do Amazonas. De barco pelos rios da região, uma viagem que sai do porto manauara até Carauari, por exemplo, dura sete dias.
Desse modo, os voos que saem algumas vezes por semana dessas cidades são de enorme importância para a economia da região. Um exemplo é o voo até Coari, o único modo de deslocamento dos trabalhadores da Petrobrás até a cidade onde fica o Porto Urucu, local em que está localizada a maior reserva terrestre de petróleo e gás natural do Brasil. Conheça a seguir um pouco de cada um destes destinos especiais amazonenses da Voepass.
Tefé, o coração da Amazônia
Localizada a 523 quilômetros de distância de Manaus, a cidade de Tefé é conhecida pelo apelido de “Coração da Amazônia”, por estar geograficamente localizada no centro da chamada Amazônia Internacional. A cidade fica às margens do lago Tefé, formado pelo alargamento do rio de mesmo nome nas proximidades de sua foz, que por sua vez é um dos afluentes da margem direita do Rio Solimões.
De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Tefé conta com 59 mil habitantes, sendo uma das mais importantes cidades de sua microrregião, que ainda tem Alvarães, Uarini, Fonte Boa, Maraã, Jutaí, Eirunepé, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá e Tabatinga.
Uma verdadeira ‘conexão amazônica’ é feita pela Voepass Linhas Aéreas, tendo na sua rota voos com destinos para três aeroportos do interior amazonense: Tefé, Coari e Carauari. As três cidades ficam a grandes distâncias de Manaus e não há rodovia que as ligue à capital do Amazonas.
A história de Tefé remete ao século XVII. Região habitada pela tribo indígena dos Tapibás – que deu origem ao atual nome do município -, Tefé foi uma das aldeias erguidas pelos jesuítas espanhóis na Amazônia. Como o território brasileiro pertencia aos portugueses, logo estes tomaram os vilarejos que estavam às margens do Solimões, inclusive Tefé. Com o nome de Ega, em 1759 o povoado foi elevado à vila. Tefé chegou a ser o maior município do mundo em relação à área territorial, abrangendo 500 mil km², e, em 1855, a vila foi elevada à categoria de cidade.
A economia tefeense é baseada na agricultura, com destaque para hortaliças, frutas da região e as enormes áreas de cultivo da mandioca destinadas para produção de farinha, além dos pescados, que são vendidos em Manaus e até mesmo em países vizinhos.
A biodiversidade e as belas paisagens da região, com dezenas de praias de areias brancas, que se estendem pela margem do rio Solimões, encantam os turistas. Um fenômeno especial é o encontro das águas entre o Solimões e o Lago Tefé, local que é o habitat natural de botos cor-de-rosa. Para ver esse espetáculo da natureza de perto, a sugestão é alugar uma embarcação com guia.
A cidade também apresenta aos visitantes construções que contam a história da região, como a encantadora Comunidade das Missões. Fundada em 1897 por padres espiritanos europeus, a comunidade conta com um lindo casarão cercado por um belo jardim, tendo ainda a igreja da comunidade local e um cemitério. Tudo isso de frente ao rio, levando o turista a uma viagem no tempo por seu cenário bucólico.
Já no centro de Tefé, destacam-se lugares de importância para a comunidade local: a igreja Matriz de Santa Teresa, padroeira da cidade e que todo dia 15 de outubro tem a sua tradicional festa na praça da matriz, e o Seminário São José, local de relevo histórico e cultural para o município.
Para saborear a comida típica amazônica, uma dica é visitar a Feira Municipal de Tefé, com localização privilegiada na orla em frente ao lago. O primeiro andar da feira é composto de bancas repletas de iguarias locais como farinha, açaí batido na hora, e diversas frutas e verduras da região. No segundo andar, estão boxes com restaurantes que servem o melhor da comida regional, como pupunha, x-caboquinho, cará roxo e tapiocas com diversos recheios.
Coari e o Porto Urucu
Quinto município mais populoso do estado do Amazonas com mais de 86 mil habitantes, Coari localiza-se no rio Solimões, entre o lago Mamiá e o Coari. É em seu território – porém a mais de 450 quilômetros da sede – que está o Porto Urucu, área explorada pela Petrobrás desde a década de 1980, onde se extrai petróleo e gás.
O escoamento de petróleo e gás é feito a partir do terminal aquaviário de Coari, onde chega por meio do gasoduto do Rio Solimões, que totaliza 663 quilômetros de extensão interligando Porto Urucu-Coari-Manaus. O petróleo abastece a refinaria de Manaus, enquanto o gás supre o mercado de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) em estados do Norte e do Nordeste. Por esse motivo, Coari é considerado um dos principais polos econômicos do Amazonas.
Antes uma área povoada por diversas tribos indígenas e depois uma freguesia chamada de Alvelos, erguida por padres jesuítas no final do século XVII, Coari foi fundada e emancipada oficialmente em 1º de maio de 1874. Coari recebe esse nome por causa do rio localizado na região, significando algo como “rio do ouro”.
No setor cultural, o destaque fica para o Festival Folclórico, que movimenta a cidade nos meses que antecedem a festa junina. Cirandas, quadrilhas caipiras e o boi-bumbá animam toda a população, que prestigia a cultura regional. Na primeira semana de dezembro, a cidade também se agita com a Festa do Gás Natural, em homenagem ao setor que dá força às finanças do município.
Carauari: a princesinha do Juruá
O mais distante dos destinos do interior amazonense com relação a Manaus – 788 quilômetros –, Carauari fica na região do Vale do Juruá, localizada à margem esquerda do rio de mesmo nome e que corta a cidade de ponta a ponta, sendo considerado um dos mais belos cursos d’água da Amazônia.
Com população estimada em mais de 28 mil habitantes, Carauari, apelidada de “A princesinha do Juruá”, possui reservas de gás natural e petróleo, além de ter, no ecoturismo, um forte apelo por causa das belezas naturais que cercam a cidade com igarapés, lagos e igapós que se conectam ao rio Juruá.
Um exemplo da natureza em território carauariense que encanta moradores e visitantes é a Reserva Extrativista do Médio Juruá. Unidade de conservação criada em 1997 pelo governo federal, a reserva tem mais de 253 mil hectares. O local conta com uma flora e fauna das mais diversas, além de ser muito importante para a população ribeirinha, que pratica o extrativismo e a agricultura de subsistência, com destaque para o manejo do açaí, da semente de andiroba e do peixe pirarucu, sempre com o uso sustentável dos recursos naturais.
Uma área desmembrada de Tefé e sede do povoado de Xauá, Carauari foi denominada vila em 1912 e, posteriormente, em 1938, ganhou status de município. O nome “Carauari”, o mesmo do lago que fica próximo à sede do município, tem origem no tupi moderno, sendo composta por duas palavras distintas: “cará”, variedade de um tubérculo de polpa adocicada, abundante naquela região, e “uari”, do verbo cair.
Reserva Mamirauá
Tefé é o portão de entrada para a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Localizada na região do médio Solimões, trata-se da maior reserva florestal do Brasil dedicada exclusivamente à proteção da várzea amazônica, além de ser reconhecida pela Unesco como patrimônio natural da humanidade.
Compreendendo uma área de mais de 1 milhão de hectares, com uma fauna rica e repleta de lagos, lagoas, ilhas e restingas, a reserva se espalha pelo território dos municípios de Uarini, Fonte Boa, Maraã, Jutaí e Alvarães, além de Tefé, onde está a sede do instituto que compartilha com o governo estadual a gestão da Mamirauá e da Reserva Amanã, esta segunda localizada na confluência com o Rio Japurá.
Primeira reserva de desenvolvimento sustentável do país, Mamirauá foi criada em 1996 com alguns objetivos como a conservação da biodiversidade regional e o desenvolvimento sustentável da qualidade de vida da população, com a exploração racional e sustentada dos recursos naturais em atividades como extração de madeira, pesca e agricultura familiar.
Para conhecer mais lugares na região amazônica, visite o Blog da Voepass. E se quiser viajar para ver estes encantos de perto, nós levamos você. Confira aqui.