Bebida preferida dos brasileiros, o café segue em constante evolução e as cafeterias vão se tornando cada vez mais um espaço multifuncional
Não há como negar que o café é a paixão nacional do brasileiro. Um estudo realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) revelou que mais de 80% dos brasileiros consomem a bebida diariamente. Essa demanda acaba se refletindo na economia. Segundo o Mapa de Empresas do Ministério da Economia, foram registradas 4.118 empresas ativas apenas no comércio atacadista de café até agosto de 2023.
O varejo também tem sido impactado positivamente, mas vem passando por mudanças. O empresário Felipe Ribeiro Barbosa possui unidades da cafeteria Day Off em Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Jundiaí e Fortaleza. Para ele, há uma saturação desse tipo de empreendimento em alguns locais. Com isso, os clientes estão priorizando cada vez mais a qualidade do serviço e dos produtos.
“O café especial tem sido um chamariz para clientes que buscam qualidade, muitos entram no Instagram ou Google para ver as máquinas que são usadas e os tipos de preparo”, afirmou Barbosa.
Tradicional e popular
É quase um item obrigatório de toda cafeteria ter o tradicional Cappuccino. A fórmula é bem simples: café, leite vaporizado e espuma. Em alguns casos, há um toque extra de chocolate ou de canela para acompanhar.
Além de ser um dos mais populares, o Cappuccino serve como base para outros diferentes tipos como: Latte, Flat White, Machiatto, entre outros. Todos são produzidos apenas com café e leite. Apesar de usar os mesmos ingredientes, a manipulação da quantidade e texturas são diferentes, dando uma experiência singular a cada um deles.
Mais chocolate
Para os fãs de chocolate, o derivado preferido do Cappuccino é o Moccha, também conhecido como Mocaccino. Além de contar com café espresso e leite vaporizado, o Mocaccino tem a adição de chocolate, deixando a bebida mais adocicada ao paladar.
A característica mais marcante da bebida é a coloração de quando é finalizada, pois apresenta três camadas de cores: marrom escuro da calda de chocolate; marrom mais claro do café com leite e chocolate em pó; e o branco da espuma na parte de cima.
Preparação é o diferencial
Mais do que trazer novos tipos de sabores para o cardápio, as cafeterias têm focado em uma preparação inovadora para a bebida. Muitos baristas estão resgatando a prensa francesa, por exemplo. O modelo foi criado no século XIX, mas até hoje se destaca por promover uma fusão mais densa entre o café moído e a água. A prensa também permite que óleos e sedimentos naturais entrem em contato com a bebida. Além de deixar o café mais encorpado, a cafeteira não precisa de energia elétrica e filtro de papel.
Outro favorito dos amantes de café é a Hario V60. O coador possui esse nome por conta do formato cônico em “V” e a angulação de 60°. Quando utilizado na preparação do café, a bebida fica mais “limpa”, permitindo que o consumidor consiga sentir mais aromas e sabores.
Qualidade
A Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) classifica o café torrado e moído em diferentes categorias por meio do Programa de Qualidade do Café: tradicional/extraforte, superior e gourmet. Apesar de ser considerado um café de alta qualidade, o gourmet só é consumido por 5% do público brasileiro, segundo pesquisa da ABIC em parceria com a São Paulo Coffee Hub.
Na percepção dos consumidores, é uma categoria classificada como um café mais suave, com baixo amargor e doce. Os grãos podem ser encontrados em diferentes estabelecimentos. A rede argentina Havanna, por exemplo, costuma atuar com esse tipo de café.
Espaço multifuncional
As cafeterias se destacam por não ser apenas um local para tomar café e sim um espaço social. A primeira cafeteria surgiu na Turquia em 1475 já com o conceito de reunir pessoas. Por muitos anos, as cafeterias foram (e continuam sendo) ponto de encontro de artistas e poetas. Na França, é comum a existência de cafeterias literárias, onde as pessoas desfrutam de um local mais silencioso para colocar em dia a leitura.
Com a chegada do café nos Estados Unidos, os estabelecimentos funcionaram como espaço para as primeiras negociações da Bolsa de Valores. O café também está relacionado ao trabalho. Desde a popularização da internet, muitos restaurantes passaram a oferecer Wi-Fi gratuitamente para os clientes. As cafeterias não ficaram para trás e hoje são o “escritório” de muitos trabalhadores remotos. Para o empresário Felipe Ribeiro Barbosa, a permanência desses clientes no espaço é algo positivo.
“Há um interesse enorme das pessoas buscarem locais para trabalhar, estudar ou apenas ler. As cafeterias têm sido mais adaptativas a esse modelo, concluindo que as pessoas vão ser um atrativo e vão convidar mais gente para também consumir”, afirmou Barbosa.
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