A construção de Goiânia, no início da década de 1930, foi planejada para acelerar o povoamento da região Centro-Oeste brasileira (Brasil Central), que por ser distante do litoral brasileiro, praticamente não contava com grandes centros urbanos até aquele momento.
E a ideia de erguer uma nova capital para o estado de Goiás se mostrou muito certeira. Com uma população estimada em pouco mais de 1,5 milhão de habitantes, segundo dados de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografias e Estatísticas (IBGE), Goiânia é atualmente a segunda maior cidade da região – atrás apenas da capital federal Brasília – e 10ª mais populosa do Brasil, além de ser a 22ª cidade mais rica do país e motor econômico do estado de Goiás, estado estratégico para o setor agropecuário brasileiro.
Um aspecto importante e muito valioso para Goiânia é a localização, que a coloca muito próxima das mais fantásticas belezas naturais da região, em viagens que são realizadas em poucas horas a partir da capital do estado. Lembrando que o Cerrado é o bioma encontrado no planalto central, rico em chapadas, serras, vales, cachoeiras, rios, lagos, praias de água doce, reservas florestais, parques nacionais, com uma fauna e flora preciosa, prontas para receberem turistas que buscam por alguns dos cenários mais belos do Brasil central. Tudo isso, próximo a cidades pequenas e charmosas, onde a cultura do estado é valorizada e apresentada aos visitantes.
Para mostrar como Goiás é um verdadeiro convite a quem busca as aventuras do ecoturismo em meio à natureza e que Goiânia é a porta de entrada para quem quer chegar próximo até essas verdadeiras particularidades do planalto, selecionamos vários destinos a menos de 200 quilômetros da capital goiana, alternativas ótimas tanto para um passeio de fim de semana no estilo bate e volta quanto para quem pretender passar vários dias descansando.
Pirenópolis: patrimônio nacional
A encantadora Pirenópolis está a 128 quilômetros e teve seu conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1989.
O ar bucólico do centro histórico é permeado por casarios coloniais e ruas de calçamento de pedras, com um roteiro que vale o passeio por lugares como as igrejas Matriz de Nossa Senhora do Rosário, de Nosso Senhor do Bonfim e a Igreja e Museu de Arte Sacra Nossa Senhora do Carmo, além do Cine Pireneus, o antigo Theatro e o Museu Divino (antiga câmara e cadeia). O centro de Piri também é rico em bares, restaurantes e bistrôs com o melhor da gastronomia goiana, com ótimas alternativas para as agitações da vida noturna.
O grande evento da cidade é a festa do Divino Espírito Santo, realizada 40 dias após o domingo de Páscoa. Na ocasião acontece a mais conhecida Cavalhada do Brasil – encenação de origem portuguesa que representa a batalha entre cristãos e mouros.
Pirenópolis também encanta no quesito natureza, já que pela região estão espalhadas mais de 80 cachoeiras, a maioria com ótima infraestrutura para turistas. Entre as cachoeiras favoritas estão a do Abade, do Lázaro, Santa Maria, do Rosário, Bonsucesso, o complexo da Cachoeira Paraíso e Cachoeira do Lobo, além da dos Dragões; todas com entrada paga e fácil acesso.
A antiga capital Goiás Velho
Goiás Velho (ou Cidade de Goiás) foi capital do estado até 1933, quando Goiânia ficou com esse status. A 140 quilômetros da capital, Goiás Velho teve sua importância história reconhecida pela Unesco como patrimônio mundial em 2001. Seu acervo histórico e arquitetônico da região central, com as ruas estreitas e as casas preservadas, fazem os visitantes entrarem em uma verdadeira viagem no tempo.
Como não poderia deixar de ser, as igrejas são uma atração à parte. A famosa Igreja do Rosário, construída em 1934 em estilo neogótico, tem pinturas do frei italiano Nazareno Confaloni em seu interior. Destacam-se, ainda, a Catedral de Sant’Anna, a Igreja de São Francisco de Paula, a de Santa Bárbara, a de Nossa Senhora d’Abadia e a de Nossa Senhora de Boa Morte.
A viagem não fica completa sem uma visita à Casa Museu de Cora Coralina, casarão onde viveu a mais famosa poetisa de Goiás. A cultura da cidade também é preservada em outras casas e museus, como o Espaço Cultural Goiandira do Couto, o Palácio Conde dos Arcos e o Museu das Bandeiras. Cachoeiras e margens de rios contemplam quem quer curtir a natureza na antiga capital goiana.
Descanso e diversão em Alexânia
A 119 quilômetros de Goiânia – além de estar a apenas 90 quilômetros de Brasília -, Alexânia oferece opções incríveis a quem busca por dias de descanso. O destaque da cidade de 30 mil moradores fica para a paisagem do Lago Corumbá IV, com 60 quilômetros de extensão e muito buscado para a pesca, passeios de barco e demais esportes náuticos.
A região conta com maravilhosos hotéis-fazendas e pousadas que recebem famílias em busca de lazer e descanso aos finais de semana e feriados. Além do conforto, os estabelecimentos capricham na culinária caseira e nas opções de lazer, como cavalgadas e caminhadas em meio a belas trilhas.
Um passeio imperdível é a visita a um tradicional alambique da região, onde é possível ver os métodos de produção e armazenamento da cachaça em barris de carvalho. Os tonéis ficam alocados em uma adega subterrânea na propriedade, totalizando cinco mil unidades. Pratos de alta gastronomia são servidos no bistrô.
Para encerrar o passeio pela região de Alexânia, tem, ainda, a tradicional Feira das Trocas, que acontece entre os meses de junho e dezembro, movimentando o pequeno povoado de Olhos d’Água, a 20 minutos de distância. Aos visitantes, o evento apresenta os trabalhos confeccionados pelos artesãos locais, além de comidas típicas, shows de viola caipira e danças folclóricas. A troca é o ponto forte da feira e os turistas são incentivados a levarem artigos em bom estado de conservação (roupas, acessórios, utilidades domésticas em geral) e negociarem por artesanatos com os expositores.
Buriti Alegre e o mar de água doce
Visitar Buriti Alegre, município a 180 quilômetros da capital, é ter a certeza de conhecer um verdadeiro mar de água doce, pois a cidade tem o privilégio de contar com o Lago das Brisas, formado pelo encontro dos rios Piracanjuba, Corumbá e Parnaíba, e que foi criado para atender a Hidrelétrica de Furnas, em Itumbiara.
O lago tem quase 780 km², cerca de duas vezes e meia maior que a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e atrai turistas em busca de lazer com a prática de esportes aquáticos, com lanchas e jet skis fazendo parte da paisagem, além de pássaros e animais silvestres nas proximidades da margem e na mata em volta.
Em torno do lago, há uma ótima infraestrutura para turistas, com inúmeros hotéis, pousadas e casas de veraneio, muito procuradas durante a alta temporada. A natureza privilegiada está presente ainda na Cachoeira Alta, uma das mais sensacionais da região.
Cocalzinho e os encantos do Cerrado
Cachoeiras, serras, montanhas e grutas esperam quem viaja até Cocalzinho de Goiás, a cerca de 130 quilômetros de Goiânia. A origem da cidade vem da instalação de uma grande fábrica de cimento na região na década de 1960 e, hoje em dia, esse pedacinho do Cerrado, às margens do Rio Corumbá, vem sendo descoberto por turistas em busca das belezas naturais do estado.
A aventura na cidade se inicia pela desafiante ida até a Caverna dos Ecos, que abriga o Lago dos Ecos, maior lago subterrâneo do Brasil com cerca de 300 metros de comprimento e 50 metros de largura, em águas cristalinas que vão até 15 metros de profundidade. É fundamental a busca de um guia local para esse passeio.
A fauna e flora fantástica da Serra dos Pirineus, por sua vez, é a que mais atrai fãs da natureza, pois é lá que está uma das partes mais preservadas da montanha, dividindo as bacias do Rio Prata e Tocantins. O espaço é perfeito para quem busca por esportes de aventuras pelas trilhas por meio da mata, além da Cachoeira dos Pirineus, queda d’água localizada dentro de um hotel-fazenda.
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