O teatro tem sua origem na Grécia, por volta do século V. Ele nasce em meio aos festivais que eram realizados anualmente para consagrar Dionísio, deus do vinho e da alegria. No Brasil, as primeiras manifestações de teatro ocorreram no século XVI e eram uma forma que os jesuítas utilizavam para catequizar índios e colonos – os chamados teatros catequeses.
Com o passar do tempo, já no século XVII, o teatro começa a celebrar festas populares e políticas. Em 1808, com a chegada da família real ao Brasil, D. João VI assinou um decreto que reconhecia a necessidade da construção de teatros, pois a nobreza precisava de diversão. Com isso, grandes espetáculos estrangeiros começaram a chegar ao país. Naquela época, o teatro ainda não tinha uma identidade brasileira.
Teatros imponentes foram construídos em cidades brasileiras para abrigar a cultura. Com influências estrangeiras e brasileiras, surgiram prédios de encher os olhos e que valem a visita.
Teatros brasileiros
Região Norte
Inaugurado em 31 de dezembro de 1896, em Manaus (AM), o Teatro Amazonas é considerado o principal símbolo cultural e arquitetônico do Estado e foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1996. Com estilo renascentista, o teatro tem uma cúpula composta por 36 mil peças, importadas da França, nas cores da bandeira do Brasil. As paredes de aço vieram de Glasgow, na Escócia. Os 198 lustres, assim como o mármore de Carrara foram importados da Itália. A capacidade do teatro é para 684 pessoas. O visitante conta ainda com um museu que ajuda a descrever a história do lugar.
Região Nordeste
Em Fortaleza (CE), o Teatro José de Alencar é outra obra-prima que vale a visita. De autoria do engenheiro militar Bernardo José de Melo, foi construído entre os anos 1908 e 1910. Com uma área construída de 3.800 m², o conjunto conta com um “foyer” com dois pavimentos, feito em alvenaria e pedra. A construção possui um pórtico formado por quatro colunas, as quais sustentam um balcão com uma balaustrada. As janelas retangulares do pavimento superior possuem ombreiras e arcos decorados e gradis em ferro. Nas duas laterais, existem outros dois balcões com balaustradas decoradas com pináculos.
A construção na parte posterior é formada pela sala de espetáculos. Ela concilia alvenaria com a estrutura de ferro decorado, formando as frisas, camarotes e varandas externas, bem como a fachada principal. A estrutura foi confeccionada em Glasgow. A fachada principal é em estilo “art noveau”. No lado direito da construção, existe um jardim projetado por Burle Marx.
Região Sudeste
No Rio de Janeiro (RJ), o Theatro Municipal é uma joia da arquitetura brasileira. Inaugurado em 14 de julho de 1909 é considerado uma das principais casas de espetáculos do Brasil e da América do Sul. A ideia de um teatro nacional com uma companhia artística estatal já existia desde meados do século XIX. O projeto, no entanto, só começou a ganhar consistência no final daquele século.
O prédio começou a ser erguido em 2 de janeiro de 1905, com a colocação da primeira das 1.180 estacas de madeira de lei sobre as quais está assentado. Em 20 de maio daquele ano, foi disposta a pedra fundamental. O Theatro Municipal tem capacidade para 1.739 espectadores. A partir da década de 30, passa a contar com seus próprios corpos artísticos: Orquestra Sinfônica, Coro e Ballet, que permanecem até hoje.
Na capital paulista, o homônimo Theatro Municipal (de São Paulo) é uma construção luxuosa. Suas características têm influência de teatros de ópera europeus. O projeto assinado pelo escritório Ramos de Azevedo – em colaboração com os italianos Cláudio Rossi e Domiziano Rossi – teve início em 1903 e foi entregue à cidade oito anos mais tarde. Em setembro de 1911, o Theatro Municipal foi aberto para ilustres convidados diante de uma multidão de 20 mil pessoas. Uma curiosidade é que o prédio foi o primeiro a ser totalmente abastecido por energia elétrica.
Em Ribeirão Preto (SP), o Theatro Pedro II foi por cinco décadas a principal referência cultural da cidade. Na década de 1960, o prédio passou por reforma que o descaracterizou.
Entre as décadas de 1950 e 70, o subsolo do teatro foi transformado em salão de bailes de Carnaval. Fora do período carnavalesco, era transformado em sala de jogos. O local ficou conhecido como “Caverna do Diabo”.
Em 15 de julho de 1980, o Theatro Pedro II pegou fogo e teve a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior destruídos. A reforma durou cinco anos. Em 7 de maio de 1982, o prédio foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).
Região Centro-Oeste
Em Brasília (DF), o Teatro Nacional Claudio Santoro foi projetado em 1958 por Oscar Niemeyer, com colaboração do pintor e cenógrafo Aldo Calvo. Chamado inicialmente de “Teatro Nacional de Brasília”, a partir de 1989, passou a se chamar oficialmente “Teatro Nacional Claudio Santoro”, em homenagem ao maestro e compositor que fundou a orquestra do teatro em 1979 e dirigiu-a até sua morte em 1989.
É o principal equipamento cultural da capital federal. Tem a forma geométrica de uma pirâmide sem ápice e ocupa uma área de cerca de 43 mil m², incluindo o Anexo. Sua área externa é revestida por um painel formado de blocos de concreto nas fachadas laterais, criado por Athos Bulcão em 1966.
Região Sul
Por fim, em Porto Alegre (RS), o Teatro São Pedro é o mais conhecido da capital gaúcha. Inaugurado em 27 de junho de 1858, sob a presidência de Angelo Moniz da Silveira Ferraz, o Barão de Uruguaiana, o teatro é equipado com um palco que na boca de cena conta com 9,87 metros de largura por 5,50 metros de altura.
O visitante ainda terá acesso ao Memorial do Teatro, um espaço destinado à apresentação da história do teatro mais antigo da cidade, através de relíquias, fotografias e registros jornalísticos.
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