Capital do Piauí, Teresina certamente é uma das cidades mais peculiares do Nordeste brasileiro. Única capital estadual dessa região que não está localizada à beira do mar – a mais 340 quilômetros de distância do Oceano Atlântico –, Teresina é a primeira cidade planejada do Brasil e também única capital no país a ficar na divisa com outro estado, uma vez que a cidade de Timón, no Maranhão, está a apenas cinco quilômetros de distância.
As duas cidades formam com outros 13 municípios piauienses a Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) da Grande Teresina, segunda mais populosa região integrada do país com cerca de 1,2 milhão de habitantes. Somente no espaço de 1,3 mil km² onde está Teresina, há uma população estimada em cerca de 870 mil habitantes – o que representa um quarto da população do Piauí – de acordo com dados de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Teresina aparece, ainda, como a 21ª maior cidade do Brasil e a 17ª maior capital estadual. Na questão econômica, a capital piauiense tem o 7º maior Produto Interno Bruto (PIB) da região nordestina e está entre as top 50 cidades do país. A indústria de Teresina se concentra em ramos como o têxtil, de alimentos e bebidas, químico, farmacêutico e agroindustrial, além da construção civil, que tem se beneficiado com a verticalização da cidade nos últimos anos.
Origem e “planejamento” da capital
Teresina está prestes a completar 170 anos de fundação, pois foi em 16 de agosto de 1852 que a então chamada Vila Nova do Poti, até um século antes apenas um povoado onde viviam pescadores, canoeiros e pequenos agricultores, foi elevada à categoria de cidade. O território, localizado na confluência dos rios Poti (Barra do Poti) e Parnaíba, havia sido presentado pela Coroa portuguesa para Antônio Coelho Teixeira, em 1744.
Foi também em 1852 que a nova cidade recebeu o nome de Teresina, em homenagem a Imperatriz Teresa Cristina Maria de Bourbon, mulher de Dom Pedro II, então imperador do Brasil. A homenagem teria sido em razão do apoio da imperatriz na mudança da capital do Piauí de Oeiras para Teresina, outro fato acontecido e oficializado em agosto de 1852.
A proximidade com o rio Parnaíba, principal meio de escoamento da produção econômica da capitania, e a menor distância em relação a São Luís, então sede do governo do Maranhão, foram alguns dos principais pontos para a mudança de capital. O planejamento do traçado e construção de Teresina partiu da vontade do presidente da província, José Antonio Saraiva.
Primeiro edifício construído em Vila Nova do Poti, a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, serviu de ponto de referência central para o desenho geométrico, semelhante a um tabuleiro de xadrez, da malha urbana de Teresina, com o estabelecimento das principais ruas e avenidas em linhas paralelas, simetricamente ordenadas, todas partindo do Parnaíba, rumo ao rio Poti.
Natureza pela “Cidade Verde”
A capital do Piauí é carinhosamente conhecida como “Cidade Verde”, um apelido criado pelo escritor maranhense Coelho Neto, que, em visita à região, encantou-se pela vegetação que se destaca pelas avenidas e ruas arborizadas de Teresina. Atualmente, existem 12 parques públicos distribuídos pela cidade, utilizados para o lazer e também como tentativa de aplacar o forte calor que faz em Teresina, onde as temperaturas costumam alcançar facilmente máximas de 40 oC
nos meses de verão.
Um dos principais é o Parque da Cidadania. Inaugurado em 2016, conta com quadras, pistas de skate e caminhada, além de muito espaço verde e um belo lago. No parque, há ainda espaço para a cultura regional, com o Museu da Arte Santeira, que reúne peças de mais 50 artistas piauienses.
Um orgulho dos piauienses são os rios que emolduram a cidade, os já citados Poti e Parnaíba. A confluência entre os dois é uma atração turística à parte e pode ser conferida no Parque Ambiental Encontro dos Rios.
Lá, o visitante observa um belo pôr do sol e ainda encontra quiosques com produtos artesanais e comidas típicas, além da estátua que homenageia a lenda do Cabeça de Cuia, personagem mítico que faz parte da história cultural da cidade.
Outros parques abertos ao público são o pioneiro Parque da Cidade, inaugurado ainda na década de 1980 e muito utilizado pela população teresinense, o Potycabana, um dos principais pontos de encontro de Teresina, construído no lugar de um antigo parque aquático, e o Lagoas do Norte (PLN), projeto que é parte de uma reestruturação urbana e que conta com ciclovias, pistas de skate e até mesmo um anfiteatro.
Cartão-postal, museus e centros culturais
Não há dúvidas que o principal cartão-postal de Teresina é a famosa ponte Estaiada. Inaugurada em março de 2010 e com mais de 100 metros de altura, o nome oficial da estrutura é uma homenagem a João Isidoro França, primeiro mestre de obras da cidade. O complexo turístico da ponte Estaiada conta, ainda, com um mirante, onde é possível ter uma espetacular vista panorâmica da capital, além de um espaço com trilhas e ciclovias para que o visitante aprecie o rio e a vegetação em torno.
A cultura regional também tem apelo muito forte na cidade. Um exemplo são os festejos como o São João, que toma a cidade entre junho e setembro, com destaque para danças típicas nordestinas como o bumba meu boi, e o Reisado, celebrado em dezembro em comemoração ao nascimento de Cristo, com muita música tradicional e cantoria.
Museus, centros culturais, teatros e feiras ao ar livre representam a história e os costumes da sociedade piauiense. Principal museu da capital, o Museu do Piauí abrange um acervo de mais de sete mil peças distribuídas por 10 salas de exposições que apresentam obras de artistas do estado até peças pré-históricas e pré-colombianas.
Já a Casa da Cultura de Teresina, um lindo casarão datado de 1880 e que, anteriormente, funcionou como residência, quartel e enfermaria, proporciona um grande acervo arqueológico e arquivo de livros em meio a cursos e oficinas de artes abertos à população. Destacam-se, ainda, a Central de Artesanato Mestre Dezinho, com lojas de artesanato, auditório e escola de balé e música, o Espaço Cultural Esperança Garcia, com eventos e oficinais culturais e gastronômicas, e o Polo Cerâmico Artesanal do Poti Velho, onde há 25 lojas que vendem artigos de cerâmica, atraindo muitos turistas.
Dois edifícios importantes na história arquitetônica da cidade e que devem estar no roteiro de um passeio por Teresina são o Palácio Karnak e o Teatro 4 de Setembro. O primeiro, de fachada branca em estilo clássico, é sede do governo estadual e tem em seu interior elegantes móveis de jacarandá e carvalho, enquanto o teatro, datado do fim do século XIX, ainda conserva a sua fachada original, funcionando como um complexo cultural integrado ao Clube dos Diários. A visita também precisa ter no planejamento um passeio pela popular feira da Troca, em que a população costuma negociar mercadorias que vão de aparelhos domésticos a pequenos objetos.
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