O modo de assistir televisão tem passado nos últimos anos por uma revolução como poucas vezes observada desde que o aparelho televisor foi criado, nos Estados Unidos da América, na década de 1920. Até alguns poucos anos atrás, a maioria das televisões transmitiam não mais do que uma dezena de canais, por antena analógica, com qualidade limitada de imagem de som, em que os famigerados “chuviscos” e “ruídos” faziam parte da experiência completa de passar alguns momentos de lazer em frente à telinha.
Com a chegada das Smart TVs (“televisão inteligente”, em português) a partir do início da década passada, muita coisa mudou e os aparelhos de televisão ultrapassaram para muito além dessas antigas limitações. As Smart TVs surgiram com um conceito de que a televisão está conectada na internet, uma vez que a conexão e a interatividade são primordiais para aproveitar toda a amplitude que os aparelhos inteligentes podem proporcionar ao telespectador do século XXI. Estar on-line ficou fundamental e a TV não poderia ficar fora disso.
Dos tubos ao 4K
Pouco antes da “inteligentização”, as televisões já tinham passado por algumas mudanças, especialmente em relação ao mecanismo relacionado à qualidade da imagem. Se da década de 1950 até o fim dos anos 1990, os pesadíssimos televisores de tubo – um modelo de 21 polegadas chegava a pesar 30 quilos – eram os mais populares e acessíveis, a partir do ano 2000 outras tecnologias invadiram os aparelhos.
As primeiras TVs de plasma e os modelos de LCD (Liquid Crystal Display), com a tela plana e painéis de cristal líquido, encontradas, por exemplo, em computadores e palm tops, popularizaram-se nos televisores a partir do início do século XX. Outro modelo de televisor que ganhou as lojas nos anos seguintes foi o LED (Light Emitting Diode), tecnologia em que a luz não é ionizada, mas gerada por uma infinidade dessas pequenas lâmpadas.
Outros dois modelos tecnológicos, que a indústria de televisores implantou (ou tentou) nos últimos dez anos, foram os aparelhos em 3D (realidade virtual) e os de Alta Definição (4K). Lançadas em 3D no Brasil em 2010, logo esta tecnologia causou desinteresse, devido ao custo elevado e ao incômodo causado pelos óculos de realidade virtual. Já os aparelhos Ultra HD chegaram ao mercado nacional em 2012 e logo foram aceitos, apesar do preço um tanto salgado.
Últimos gritos tecnológicos
É impressionante a velocidade com que as novidades tecnológicas são implantadas nos aparelhos televisivos que surgem. Novas siglas aparecem para confundir a cabeça do consumidor, que não consegue entender se uma tecnologia é melhor que a outra, ou apenas diferente.
Mas afinal, o que significam abreviações como QLED, OLED, MiniLED e MicroLED? E quais tevês lançadas recentemente já contam com essas tecnologia? Veja a seguir alguns exemplos e escolha a melhor maneira de assistir ao seu programa favorito.
QLED
Tecnologia anunciada pela Samsung em 2019, as tevês de QLED (Quantum MiniLED) são uma variação da LCD LED, com uma apresentação de cores mais viva e intensa, além de um brilho mais alto. Os painéis QLED são divididos em zonas de acionamento e contam com nanocristais que transmitem a luz emitida pelo sistema LED. Essas partículas quânticas permitem mais de um bilhão de cores.
O principal lançamento em QLED para 2022 vem da empresa precursora da tecnologia. A Neo QLED 8K, da Samsung, ganhou processador equipado com inteligência artificial, capaz de analisar as características do conteúdo e ajustar a qualidade da imagem para uma visualização ideal. Os modelos estão disponíveis em versões de 65, 75 e 85 polegadas. O aparelho também faz upscaling de conteúdos em Full HD (1080p) ou 4K para a resolução. O preço varia de U$ 4 mil a U$ 8 mil e não há previsão de lançamento no Brasil.
OLED
Abreviação de “Organic Light Emitting Diode” (diodo orgânico emissor de luz), o OLED é uma tecnologia diferente do LCD por ser “emissivo”, o que significa que os pixels emitem sua própria luz. Neste tipo de tecnologia, a tela utiliza como fonte de iluminação diodos orgânicos e não cristais líquidos como ocorre com as telas LCD, e sem esse painel adicional, esse tipo de tevê é mais fino e gasta menos energia.
Prometida para o primeiro semestre no Brasil, as séries OLED C2 e a OLED G2, da LG, são as principais representantes dos lançamentos dessa tecnologia, em modelos de 42, 55, 65, 77, 83 e até 97 polegadas (esta última apenas no modelo G2). Essa série usará pela primeira vez a tecnologia OLED EVO, que possibilita um novo gerenciamento térmico e permite que o brilho se mantenha mais alto por mais tempo. Todos os modelos são compatíveis com Nvidia G-Sync, possuem portas HDMI 2.1 com largura de banda total e contam com resolução de até 8K a 60 Hz
e 4K a 120 Hz.
MiniLED
O MiniLED é outra evolução do LED convencional, pois permite um maior controle da emissão de luz. As cores geradas por cada pixel são mais precisas e há um maior contraste, já que é possível escurecer locais com mais precisão. Os modelos fabricados com essa tecnologia são os mais sofisticados do mercado e também mais finos, pois não há necessidade da camada refletora maior usada nas tevês em LED convencional.
Para esse ano, no Brasil, é esperado o início das vendas da Philips MiniLED 9636. Baseado na LED+ 936, mas munida de um painel com pontos quânticos (QLED), o modelo suporta os principais formatos HDR e tem mais mil zonas de luz individuais, 10 vezes mais que as tevês de LED tradicionais. A MiniLED 9636 já vem rodando o Android TV.
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