Praias famosas, cenários naturais encantadores e pontos turísticos conhecidos internacionalmente fazem do Rio de Janeiro o lar de uma das mais belas paisagens urbanas do mundo. São milhões de turistas brasileiros e estrangeiros – um terço dos que, anualmente procuram o Brasil como destino – que visitam a “Cidade Maravilhosa”, o maior cartão-postal do país.
Uma das cidades mais importantes do Brasil desde a sua fundação, em 1565, e capital federal durante quase dois séculos, o Rio de Janeiro está intimamente conectado à cultura e à arte do nosso país. Não somente o samba e as suas centenárias escolas representam a cultura carioca, mas a literatura, as artes plásticas, os movimentos musicais (bossa nova, movimento black rio, BRock 80, etc), a dramaturgia e a teledramaturgia apresentam a cidade e o Brasil pelo prisma das manifestações artísticas.
Por isso, aproveitar a capital fluminense é ir muito além da clássica rota que inclui lugares como Copacabana, Maracanã e Cristo Redentor. À disposição de turistas e de seus mais de 6,7 milhões de habitantes, há uma variedade de museus, centros culturais, teatros, casas de shows e palcos artísticos que confirmam a cidade como um dos grandes polos de efervescência cultural do Brasil.
Do antigo ao moderno: museus e centros culturais
O Rio de Janeiro tem alguns dos museus mais importantes e antigos do país. Em fase final de restauração após o incêndio que destruiu boa parte de seu acervo, em abril de 2018, o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, foi inaugurado em 1818 e é o mais longevo do país. Casa de Dom João VI e, posteriormente, residência da família imperial brasileira, o museu tinha peças de destaque, como o maior meteorito e o mais antigo fóssil humano já encontrados no Brasil. Sua reabertura está prevista para este ano.
Na outra ponta dessa linha do tempo, está o Museu do Amanhã. Inaugurado em 2015, logo foi transformado em um símbolo da cidade. O museu foi erguido, em uma impressionante construção pós-moderna, com o objetivo demonstrar a renovação pela qual passou a zona portuária. O lugar oferece ao visitante uma narrativa sobre a vida nos próximos 50 anos por meio de experiências interativas. A programação é composta por uma exposição principal e por exposições temporárias.
O Museu do Amanhã, inaugurado em 2015 e logo transformado em um símbolo da cidade, foi erguido com o objetivo de demonstrar a renovação pela qual passou a zona portuária
É possível realizar uma viagem para o passado ao visitar o Paço Imperial, que é um Museu e centro cultural localizado na Praça XV de Novembro, no centro do Rio de Janeiro, o lugar é conhecido por ser palco de eventos históricos, como o Dia do Fico e a Abolição da Escravidão (assinatura da Lei Áurea). Vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e à casa da Biblioteca Paulo Santos, onde se encontra um acervo de oito mil volumes e obras raras da literatura brasileira e portuguesa, o Paço recebe exposições e apresentações teatrais e musicais.
Outra construção impressionante, porém bem mais antiga, é o edifício que abriga o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Sede do Banco do Brasil durante anos, o prédio é considerado um dos mais bonitos da cidade. Além dos espaços para apresentações culturais, há um andar com objetos utilizados na época em que ali funcionava a antiga presidência do banco e uma galeria que conta a história do dinheiro no Brasil.
Também vinculado a um grande banco, o Espaço Caixa Cultural começou suas atividades em 2006 e conta com mais de 6 mil m² distribuídos em um teatro de arena (Teatro Nelson Rodrigues), dois cinemas, quatro galerias de arte, salas de oficinas e de ensaios.
Para os amantes das artes plásticas, há dois espaços que são indispensáveis em uma tour carioca. Localizado na Cinelândia, o Museu Nacional de Belas Artes (MnBA) possui a mais completa coleção de arte brasileira do século XIX. As pinturas, as gravuras, as esculturas e os livros estão distribuídos em um edifício tombado pelo patrimônio histórico, onde funcionava a Escola de Belas Artes. A instituição está temporariamente fechada para reforma e a previsão é que a
reabertura ocorra ainda em 2022.
Já o Museu de Arte Moderna, que fica no Parque do Aterro do Flamengo, ao longo da Baía de Guanabara, tem uma das maiores coleções de arte contemporânea da América Latina. O prédio é considerado por si só um ícone modernista e conta também com belos jardins desenhados por Burle Marx.
Filmes, shows e, principalmente, o extenso acervo fotográfico são as grandes atrações do Instituto Moreira Salles (IMS). Uma das antigas casas da família Moreira Salles e também um marco da arquitetura modernista no Rio de Janeiro, o local sediado no bairro da Gávea funciona como centro cultural desde o fim da década de 1990, e a entrada é gratuita, porém previamente agendada.
A lista ainda é extensa e diversificada: Academia Brasileira de Letras, Centro Cultural Correios, Complexo Cultural da Marinha, Museu Histórico Nacional, Museu de Arte Contemporânea, Sítio Roberto Burle Marx, Museu dos Pretos Novos, Museu da República (Palácio do Catete), Museu do Índio, Centro Cultural Justiça Federal, Casa França-Brasil, Museu da Chácara do Céu, Museu das Comunicações e Humanidades (Instituto Oi Futuro), Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana e muitos outros que contam a história do Rio de Janeiro pelas obras por lá expostas, levando conhecimento e cultura aos interessados.
Os espetaculares teatros e as casas de show
A mais antiga casa teatral do Rio de Janeiro, o Teatro João Caetano, é da época colonial, quando a cidade ainda era a Capital do Brasil. Inaugurado em 1813 e um marco para o cenário cultural brasileiro, o teatro fica em frente à Praça Tiradentes e atrai a atenção pela sua fachada elegante e pelo interior deslumbrante.
Mais importante teatro do país e um ícone para as artes em geral, o imponente Theatro Municipal, no centro da capital fluminense, foi inaugurado em 1909 e, desde então, recebeu inúmeros espetáculos e alguns dos mais importantes nomes da música clássica mundial. Outro espaço projetado para concertos de música clássica e um pouco mais intimista que o municipal, a Sala Cecília Meireles, no Centro, é reconhecida pela acústica irrepreensível.
O Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, foi inaugurado em 1818 e é o mais longevo do país. Casa de Dom João VI e, posteriormente, residência da família imperial brasileira, o museu tinha peças de destaques, como o maior meteorito e o mais antigo fóssil humano já encontrados no Brasil
Voltados às artes cênicas, destacam-se o tradicional Teatro Tereza Rachel (Claro Rio), localizado em Copacabana, o multicultural Teatro Rival, na Cinelândia, o histórico Teatro Riachuelo, na região central, o conceituado Teatro Grandes Atores, em um shopping center na Barra da Tijuca, e o vanguardista Maison de France, também no centro da cidade.
Como a música está no DNA carioca, a cidade oferece ótimas opções para quem busca diversão com música ao vivo. Uma das casas de espetáculo mais relevantes ainda em atividade é o Circo Voador. Responsável pelo lançamento das bandas de rock dos anos 1980, o circo mudou diversas vezes de lugar e hoje está fixado ao lado dos Arcos da Lapa, com uma agenda repleta de shows, festivais culturais e festas.
Maior casa de shows da América Latina e localizada na Barra da Tijuca, o Km de Vantagens Hall (antigo Metropolitan) tem capacidade para 8,5 mil pessoas, e o seu palco, que já recebeu inúmeros artistas nacionais e internacionais, ocupa aproximadamente 500 metros quadrados. Outra casa de shows de destaque é a Arena Jeunesse, com capacidade para 18 mil pessoas e apontada como o palco com a melhor acústica do país.
Cidade do samba
Ritmo mais carioca de todos, o samba está por toda a cidade. Um exemplo são as rodas de samba, algumas muito tradicionais, como o Samba do Trabalhador, em Andaraí, o Cacique de Ramos, responsável por lançar grandes nomes da música brasileira, o Beco do Rato, no boêmio bairro da Lapa, o Samba do Nem da Tia Doca, em Madureira, entre outros.
Cariocas e turistas também aproveitam que as escolas de samba não funcionam somente durante os dias de Carnaval e aproveitam para sambar nas quadras das mais tradicionais agremiações da cidade. Lá, são organizadas festas e ensaios durante o ano todo, onde são apresentados os sambas-enredos que serão defendidos nos desfiles do Sambódromo da Marquês de Sapucaí. As quadras da Portela, Estação Primeira de Mangueira, Acadêmicos do Salgueiro, Unidos de Vila Isabel, Beija-flor de Nilópolis e muitas outras são os principais redutos do samba carioca e ótimos lugares para se divertir pela cidade.
Uma cidade boêmia por natureza, o Rio de Janeiro também oferece os bares em que a ordem é samba, chorinho e afins como opção aos moradores e visitantes. Dos mais “chiques”, como o Rio Scenarium e o Carioca da Gema, ambos na Lapa, aos mais descontraídos, como o Mercado das Pulgas, em Santa Teresa, e o Bip Bip, em Copacabana, as alternativas não faltam. Vale ainda citar o programa musical o Beco das Garrafas, berço da bossa nova na década de 1950.
Cidade das livrarias
O Rio de Janeiro deu ao país alguns dos maiores escritores brasileiros, que fizeram de seus bairros e personagens figuras inesquecíveis para os leitores. A capital fluminense tem as livrarias mais antigas e charmosas do país, e, para guiar os cariocas e turistas por esse passeio literário pela Cidade Maravilhosa, listamos algumas das principais livrarias da terra de Machado de Assis e Nelson Rodrigues.
- Livraria da Travessa: Rua Sete de Setembro, 54 (Centro)/ Rua Visconde de Pirajá, 572 (Ipanema)
- Livraria Argumento: Rua Dias Ferreira, 417 (Leblon)
- Livraria Folha Seca: Rua do Ouvidor, 37 (Centro)
- Livraria Berinjela: Avenida Rio Branco, 185, subsolo loja 10 (Centro)
- Livraria Leonardo da Vinci: Avenida. Rio Branco, 185 – subsolo lojas 2,3,4 (Centro)
- Livraria Elizart: Avenida Marechal Floriano, 63 (Centro)