Nos emaranhados de ruas, casas, prédios e construções, São Paulo é uma cidade recheada de memórias. Os diversos lugares da capital paulista revelam histórias de diferentes épocas. É o caso do Museu do Ipiranga que fica localizado no bairro do Ipiranga e integra o Parque da Independência, região em que Dom. Pedro I proclamou a independência do Brasil em 1822.
Uma das obras mais importantes da história do país, o Museu do Ipiranga, ou Museu Paulista da Universidade de São Paulo, é um símbolo da Independência. Não à toa, o hino nacional brasileiro inicia-se com: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas”, visto que todo esse grandioso processo histórico aconteceu às margens do Riacho do Ipiranga.
Considerado um dos cartões postais de São Paulo, o museu passou por um longo processo de reconstrução e foi reinaugurado no dia 7 de setembro de 2022, após nove anos fechado. Segundo informações oficiais, a reforma custou cerca de R$ 235 milhões, e o local espera receber cerca de 1 milhão de visitantes por ano agora que suas portas estão novamente abertas.
História do museu
Antes de tudo, vale lembrar: não, o Museu do Ipiranga nunca foi a casa de Dom. Pedro I, embora muitas pessoas acreditem nessa história. Inaugurado em 1895, 73 anos depois da Independência e 61 anos depois da morte do primeiro imperador brasileiro, o espaço nasceu com o objetivo de ser um museu sob o nome Museu de História Natural e Monumento, em homenagem à Independência do Brasil.
Toda a construção surgiu por uma série de interesses, como a iniciativa de Barão de Iguape, que pediu autorização a D. Pedro I para construir um monumento que homenageasse o momento histórico da independência. O sítio do “piranga”, como o Ipiranga era chamado, foi o local escolhido. No entanto, devido à falta de dinheiro, a obra ficou anos paralisada.
Foi então que a Comissão Provincial para o Monumento do Ipiranga decidiu intervir e loteou o Ypiranga para arrecadar fundos. Em 1884, o arquiteto italiano Tomasso Gaudêncio Bezzi foi escolhido como responsável pelo projeto após muitas discussões e questões envolvidas. Depois da decisão, a construção se iniciou em 1885 e levou seis anos até ficar completa – um período bastante curto para a época.
Além de Tommaso Gaudenzio Bezzi, o projeto também contou com o construtor italiano Luigi Pucci. A arquitetura do museu é eclética, baseada em um palácio renascentista. Além disso, o espaço foi construído com uma técnica de alvenaria de tijolos cerâmicos, novidade para aquele período.
Apesar da edificação, ao final, a construção foi considerada incompleta e declarada propriedade do Estado. Aberto ao público como Museu Paulista em 7 de setembro de 1895, o espaço teve a inauguração presidida por Bernardino de Campos.
Vale lembrar, ainda, que desde 1963, o Museu do Ipiranga passou a ser da Universidade de São Paulo (USP). Por conta disso, o nome oficial do Museu do Ipiranga é Museu Paulista da Universidade de São Paulo.
O Parque da Independência
O Museu do Ipiranga também traz alguns espaços e detalhes ao seu redor que são igualmente importantes para a história. Isso sem contar, é claro, no acréscimo da beleza do lugar, que ganha vida com os jardins em seu entorno, os quais foram inspirados em clássicos jardins franceses, como o do Palácio de Versalhes, na França.
A ‘área verde’ só foi estruturada no século passado, idealizada pelo paisagista belga Arsenius Puttemans, sob encomenda do primeiro prefeito da cidade de São Paulo, o advogado Paulo Lauro. Inaugurados oficialmente em 1909, os belíssimos jardins do Museu do Ipiranga passaram a ser um dos pontos turísticos preferidos, até para passeios dos próprios moradores de São Paulo.
Atrativo ponto turístico, que chama a atenção dos paulistanos e visitantes, o Parque da Independência com seus jardins extensos completa esse roteiro “pelas margens do Ipiranga”. Carregado de áreas verdes e detalhes, o local passou por várias remodelações até ganhar a formação que apresenta atualmente.
O Monumento da Independência também faz parte do parque, assim como a Cripta Imperial, que guarda os restos mortais do Imperador Dom Pedro I, da sua primeira esposa, a Imperatriz Leopoldina, e da segunda esposa, Dona Amélia de Leuchtenberg.
Segundo informações oficiais, a reforma custou cerca de R$ 235 milhões, e o local espera receber cerca de 1 milhão de visitantes por ano agora que suas portas estão novamente abertas.
Reforma do museu
Em 2013, o Museu do Ipiranga foi fechado por conta da sua estrutura, que precisava de reformas urgentes. Isso aconteceu em 4 de agosto, sendo a primeira vez em um século que o espaço não esteve aberto durante a Semana da Pátria, evento de celebrações da Independência do Brasil.
Na época, o estado do museu era preocupante e, inclusive, foi a desculpa oficial para o fechamento. O salão nobre, por exemplo, em que a parede principal traz o quadro Independência ou Morte, de autoria do paraibano Pedro Américo, estava com o teto descolado, ameaçando desabar sobre os visitantes.
Em 7 de setembro de 2022, no bicentenário da Independência, o Museu do Ipiranga finalmente reabriu após nove anos fechado. Além da estrutura mais segura, agora, o espaço está adaptado às normas de acessibilidade universal. Os visitantes também terão acesso a salas para atendimento, café, área de descanso e outros espaços essenciais em museus modernos.
Reabertura do Museu do Ipiranga
Quer fazer uma visita ao Museu do Ipiranga? As visitações podem ocorrer de terça a domingo, das 11h às 17h, e vale lembrar que os ingressos estão gratuitos até o dia 6 de novembro. O público deve garantir as entradas através do site do Sympla. Mais informações estão disponíveis em museudoipiranga.org.br/.
Endereço: R. dos Patriotas, 20, São Paulo – São Paulo (O museu fecha às segundas-feiras.)
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