Voltar a um universo conhecido ou, mais especificamente, ao passado sempre é um processo que desperta mistas sensações nos indivíduos. Em 2020, quando todo o mundo se viu preso a uma nova realidade (e muito limitada) por conta da pandemia de Covid-19, as pessoas precisaram buscar refúgios em opções virtuais de entretenimento – e, com isso, a procura por séries e filmes clássicos cresceram significativamente.
Em vista desse cenário nostálgico e com o apego ao passado em alta, muitos universos de produções audiovisuais foram resgatados para revivals, reboots, remakes ou, em alguns casos, uma reunião (reunion). Para os fãs, é uma ótima alternativa para reviver aquelas sensações que só determinados títulos e personagens podem trazer. Para a indústria cinematográfica e televisiva, é lucro na certa, visto que é um investimento certeiro e seguro.
Felizmente, a modernidade permite que as produções amadas por gerações sejam revisitadas com frequência e não caiam no esquecimento. Com os fãs apoiando os holofotes em suas histórias e personagens favoritos, é inegável o sucesso que as (re)criações têm na indústria do entretenimento. Nos últimos anos, inclusive, diversas produções revisitaram franquias célebres do início dos anos 2000.
O principal exemplo dos últimos tempos possivelmente é a Disney que, a partir do lançamento do seu streaming, o Disney+, resgatou muitas séries, franquias e filmes para revivals, reboots, spin-offs, sequências, prequelas e até mesmo remakes para compor exclusivamente o catálogo da plataforma. Além dos live-actions das suas amadas animações, séries como “High School Musical: The Musical: The Series” revivem personagens amados.
A cultura pop e seu vício no passado
A cultura pop tem uma obsessão particular com seu próprio passado em todas as facetas artísticas – música, séries, filmes, etc. Em 2010, o jornalista e influente crítico de música Simon Reynolds abordou sobre essa questão da nostalgia em seu livro “Retromania: Pop Culture’s Addiction to Its Own Past” (“Retrômania: O vício da cultura pop em seu próprio passado”, em tradução livre).
De acordo com o autor, a sociedade costuma revisitar o passado com frequência e reinterpretá-lo para produzir novas obras, visto que, mesmo na contemporaneidade, a cultura pop necessita de produções existentes para criar produtos culturais visando o próprio sucesso.
Além disso, Reynolds também cita os revivals – e vale para a indústria cultural na totalidade – e a importância deles para a popularidade das obras contemporâneas; não à toa, eles existem desde a década de 1970. Eles são definidos por uma fórmula que recupera o passado no presente de modo que as formas anteriores sejam inseridas nas dinâmicas atuais.
Diferença de reboot, revival, remake e reunion
Por conta da popularidade da nostalgia na indústria do entretenimento, reboots, revivals, remakes e reunions são apostas frequentes, principalmente das plataformas de streaming que querem cativar cada vez mais o público. Mas você sabe a diferença entre essas quatro formas de recriar histórias e reviver personagens?
A fórmula do revival
O revival traz personagens principais de um filme ou série novamente às telas anos após o título ter sua história original encerrada. Para essa fórmula, o elenco oficial retorna para temporadas novas ou para um longa-metragem de sequência, mas em um contexto diferente – como o revival da série “iCarly”, exclusivo do Paramount+.
Um enorme exemplo dessa fórmula de sucesso é “Cobra Kai”, uma das principais séries originais da Netflix dos últimos anos, que revive os personagens da franquia de sucesso dos anos 1980, “Karatê Kid”. No entanto, a história é totalmente nova e, é claro, em um contexto diferente do apresentado nos filmes.
Em alguns casos, os revivals são utilizados para “consertar” narrativas ou pontas soltas que são deixadas em séries e filmes. Isso porque eles podem resgatar esses elementos, complementando o desfecho original e trazendo um encerramento que agrade mais aos fãs – como é o caso do revival de “Dexter” e de “Gilmore Girls”.
As versões permitidas pelo reboot
Diferente do revival, o reboot é quando a série ou o filme ganham uma nova versão que não precisa ser fiel à risca do título original. Assim, essa fórmula permite que as histórias tenham novos pontos de vista, personagens e histórias, apesar de integrar o mesmo universo do seu semelhante.
Exemplo lançado em 2021, o reboot de “Gossip Girl”, exclusivo da HBO Max, apresenta novos personagens e foi um enorme sucesso de público, embora massacrado pela crítica. Mas vale lembrar que a série original também não foi bem recebida pelos críticos.
Revivendo histórias com remakes
O remake e o reboot são, muitas vezes, confundidos. Mas, diferente do reboot, o primeiro segue fielmente a história original. Um memorável caso em Hollywood é o filme “Nasce Uma Estrela” que, em suas três versões, segue o roteiro do título de origem, com seus personagens tradicionais e sua história clássica.
A nostalgia das reunions
Assim como o nome sugere, reunion (“reunião”, em tradução livre) marca um reencontro mais pontual do elenco ou dos personagens de um universo clássico. Aposta da HBO Max, o “Friends: The Reunion” foi um enorme episódio com momentos compartilhados pelos atores protagonistas de “Friends”, revisitando as cenas e os cenários de uma das séries de comédia mais amadas de todos os tempos.
Revivals aguardados
- Revival de iCarly – 3ª temporada (Paramount+)
- That ’90s Show – 1ª temporada (Netflix)
- Teen Wolf – filme (Paramount+)
- X-Men ’97 – série (Disney+)
- Daredevil: Born Again, Revival de Demolidor – 1ª temporada (Disney+)
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