Os museus costumam ser um dos principais pontos turísticos de qualquer cidade. Em Paris, por exemplo, o Museu do Louvre registrou 8,9 milhões de visitantes em 2023, recebendo sozinho mais turistas do que muitos países inteiros. O Louvre segue o modelo de um museu tradicional, com as obras expostas em um ambiente fechado. Porém há artistas que querem as suas produções exibidas ao ar livre.
O conceito de museu a céu aberto surgiu na Noruega em 1867, quando um colecionador de artes decidiu transferir as construções históricas de uma fazenda para um lugar próximo da capital Oslo e abriu para visitação. Inspirado no movimento, o rei Oscar da Suécia fez uma iniciativa parecida e criou o Museu Nórdico de Estocolmo em 1891.
A ideia de unir arte e natureza foi se tornando cada vez mais comum e muitos artistas eram simpatizantes da ideia de ter suas obras expostas sem a necessidade de paredes. Nesses casos, a paisagem também se torna parte do objeto artístico, permitindo diferentes interações.
O costume não ficou restrito à Europa. No Brasil, há diversos exemplos de museus a céu aberto, incluindo o que é considerado o maior do mundo. Confira uma lista com os principais museus desse tipo pelo país.
Instituto Inhotim (Brumadinho-MG)
Considerado o maior museu a céu aberto do mundo, o Instituto Inhotim, em Brumadinho-MG, fica a apenas uma hora de viagem de Belo Horizonte. Um dos destaques é justamente a localização privilegiada, entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado. As paisagens se estendem por 140 hectares, mesclando arte e natureza.
O acervo do museu conta com 1.862 obras de mais de 280 artistas de 43 países. Elas são exibidas ao ar livre e em galerias em meio a um Jardim Botânico com mais de 4,3 mil espécies botânicas raras, vindas de todos os continentes.
O público ainda pode encontrar jardins, galerias, lagos, edificações e trechos de mata dentro do espaço. Várias obras imersivas podem ser contempladas nos jardins, como a “Viewing Machine” do dinamarquês Olafur Eliasson, que utiliza espelhos para manipular espaços interiores.
Oficina Brennand (Recife-PE)
Criada em meio a restos de uma olaria, a Oficina Brennand foi construída por um dos ceramistas mais notáveis do Brasil: Francisco Brennand. O local tem como objetivo preservar o legado da arte na região de Recife.
A oficina conta com esculturas grandiosas expostas ao ar livre. Já a parte interna é dedicada a esculturas menores. O local disponibiliza cerca de 2 mil obras, além de uma área de reserva ambiental e da Capela Imaculada Conceição, construída a partir das ruínas de um sobrado colonial do século XIX.
FAMA Museu (Itu-SP)
Conhecido antigamente como Fábrica São Pedro, o FAMA Museu é um dos maiores centros de arte da América Latina, com uma área de 25 mil m².O local oferece grandes exposições, editais públicos e atividades de mediação cultural.
O museu conta com oito salas expositivas, além de jardins e galpões, onde a arquitetura do século XX é preservada. O acervo tem como foco a arte brasileira, do moderno ao contemporâneo, trazendo esculturas, pinturas, fotografias e outras linguagens artísticas.
Museu Felícia Leirner (Campos de Jordão-SP)
Campos de Jordão é uma das cidades que mais recebe visitantes no Estado de São Paulo e conta com um museu a céu aberto que pode ser uma opção interessante para os amantes da arte.
O Museu Felícia Leiner está localizado em uma área de mata de 35 mil m², onde reúne um conjunto de 88 obras de bronze, cimento branco, granito e gesso da artista plástica Felícia Leirner. As obras estão distribuídas em um jardim que divide espaço com o Auditório Claudio Santoro, sede do Festival Internacional de Inverno.
As peças artísticas estão agrupadas segundo os critérios da própria artista, separados por fases da trajetória de Felícia: figurativa, caminho da abstração, abstrata, orgânica e recortes na paisagem.
Parque Natural Arte Serrinha (Bragança Paulista-SP)
Reconhecida como uma reserva ecológica particular, o Parque Natural Arte Serrinha está localizado no início da Serra da Mantiqueira. O local abriga diversas esculturas e instalações criadas durante os festivais artísticos.
Essas instalações de Land Art fazem parte de uma tradição artística que teve início na década de 60 e não se encaixam nos espaços tradicionais como museus fechados e galerias de arte. A interação com a paisagem também é parte importante no processo de percepção estética da obra. “Terzo Paradiso” de Michelangelo Pistoletto e “Como a água anda” de Stela Barbieri são alguns exemplos da extensão deste museu a céu aberto.
Os visitantes do Parque ainda têm acesso a uma trilha que leva para um mirante panorâmico no alto de um morro, onde é possível conferir uma vista incrível da represa do Rio Jaguari.
Usina de Arte (Água Preta-PE)
Esse museu teve origem quando uma grande usina canavieira da região de Água Preta-PE encerrou suas atividades. O local, então, foi transformado em um parque artístico-botânico, com ateliês, salas de aula e galerias.
Há também a instalação “A parte da terra”, uma obra de arte que se relaciona com a natureza, de autoria da artista mineira Lais Myrrha. A obra fica no centro da paisagem e faz com que o morro que ela ocupa se torne um elemento arquitetônico. O trabalho de reflorestamento no local ainda acrescentou 10 mil plantas de mais de 600 espécies.
Se você ficou curioso para visitar algum desses museus, veja no site como chegar lá.