Os sortudos visitantes que passam por ali, a trabalho ou lazer, já descobriram e atestaram: poucos lugares no Brasil concentram tantas qualidades e diferentes atrativos quanto Barreiras. Considerada a Capital do Oeste Baiano e localizada a cerca de 850 km da capital Salvador, a cidade reúne uma série de predicados, a começar pela pujança de suas terras, tendo papel central na produção agropecuária da região denominada como MATOPIBA – integrada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, compondo um dos cinco maiores PIBs (Produtos Internos Brutos) Agrícolas do Estado.
Com pouco mais de 150 mil habitantes, a cidade recebe diferentes estilos de turistas o ano todo, seja aqueles em busca de aventuras ecológicas nas paisagens naturais exuberantes, especialmente aquelas desenhadas pelo curso de seus rios, como o Rio Grande, principal afluente da margem esquerda do Rio São Francisco e que corta o município, ou dos festejos tradicionais populares e grandes negócios em indústrias e serviços, há sempre atrações para todos.
Vocação para prosperar
Grande polo econômico da região, Barreiras se tornou, também, ao longo do tempo, centro urbano, político, educacional e tecnológico, impactando positivamente, mais de 800 mil pessoas de 35 municípios no seu entorno. Possui acesso fácil, com aeroporto internacional o qual deve receber investimento de 45 milhões de reais em verbas federais para ampliação nos próximos dois anos. É entroncamento rodoviário de três rodovias federais, a BR 020, BR 135 e BR 242, permitindo a ligação com a maior parte das cidades da Região Oeste. Também integra a área que será abrangida pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste, com previsão de instalação de um porto seco.
A grande base da economia da cidade é a agricultura, principalmente as culturas de milho, soja, café, algodão, fruticultura e feijão, sendo a maior produtora do estado e uma das maiores de grãos em geral do Norte-Nordeste. Outro destaque é a pecuária, à qual ocupa, igualmente, o posto de maior produtora de gado bovino, aves e peixes da região Oeste. Mais de 100 empresas de todos os portes, incluindo gigantes multinacionais, escolheram Barreiras como sede e ocupam o seu Distrito Industrial, fazendo rodar um círculo virtuoso de prosperidade e empregabilidade, não só nesses segmentos, como em áreas tão diversificadas como metalurgia, embalagens e papelão, velas, sacos plásticos, asfalto, mármore e refrigerantes. Espaço para mais empreendedores? Tem também! São mais de 183.000m² liberados, para novos locatários e companhias que queiram investir. O comércio também é outro ponto forte e o município foi eleito por, pelo menos, sete grandes conglomerados em diferentes setores de atuação para a instalação de seus centros de distribuição.
Energia não deverá faltar para continuar a sustentar esse ritmo de desenvolvimento e, o que é melhor, emergia limpa! Em breve, Barreiras ganhará um dos maiores parques de energia solar do Brasil, denominado Sertão Solar Barreiras. Próximo ao aeroporto e com 300 hectares, sua construção irá dispor de 350 milhões de reais, estima-se a geração de cerca de 500 empregos diretos e dois mil indiretos, com capacidade de produção posterior de 117 MW de potência e uma estrutura correspondente a mais de 300 mil painéis de energia, com mínimo impacto ambiental, se comparado às Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s), já existentes na região.
Outra fonte de receita são os eventos e festejos, sempre concorridos e que atraem turistas de todas as partes, entre eles o Festival Primavera de Negócios e Entretenimento, a Festa de São João, santo padroeiro do município, a Festa do Divino Espírito Santo, e o Carnaval, tido como um dos mais animados da Bahia, celebrado com muita tradição, fantasias, música e irreverência. Na Quarta-feira de Cinzas, por exemplo, um costume que já virou até Patrimônio Imaterial do lugar é o inusitado Nazaro, uma espécie de “enterro simbólico” do Carnaval, onde um grupo de foliões vestidos de branco e com capuzes passeia pelas ruas da cidade fazendo barulho e jogando farinha de trigo ou talco nos desprevenidos que circulam por ali, como uma forma de marcar o fim da folia.
Sem filtro, com aventura
Margeada pelo Rio São Francisco e seus afluentes, a região do Oeste Baiano possui paisagens naturais belíssimas e exuberantes, transformando Barreiras em destino imperdível para o ecoturismo. Milhares de adeptos dos esportes radicais como mergulho, rapel e passeios de caiaques em corredeiras aportam, todos os anos, nos seus diversos pontos turísticos em busca de diversão e emoção – com satisfação garantida! Mas, se a ideia é fazer aquela trilha bacana, contemplar a mata nativa em estado bruto, a fauna local e tomar um bom e relaxante banho em águas transparentes, lá é, também, o lugar certo!
A grande base da economia da cidade é a agricultura, principalmente as culturas de milho, soja, café, algodão, fruticultura e feijão, sendo a maior produtora do estado e uma das maiores de grãos em geral do Norte-Nordeste
Um dos pontos mais concorridos é o Rio das Ondas, com suas corredeiras, ótimo para a prática do chamado boiacross – ou a descida do rio em cima de câmaras de ar de tratores ou caminhão, só para os mais destemidos! – e passeios de botes. Em suas margens, há clubes e balneários que oferecem serviços e infraestrutura para o lazer com a família. Outros destaque são as cachoeiras do Acaba-Vida e do Redondo. A primeira, com uma queda de 36 metros, tem um mirante bacana na parte mais alta para admirar seu esplendor e fazer aquelas fotos que não podem faltar, além de desembocar em uma piscina natural cercada de muita vegetação, num cenário lindíssimo e preservado. Já, a segunda, não muito longe dali, é boa opção para quem quer nadar e mergulhar, com uma piscina de águas cristalinas, com cerca de três metros de profundidade.
Entre as inúmeras cavernas e grutas da região, vale a pena reservar um tempo para explorar a Gruta do Catão, acessível por uma trilha de 100 metros, com direito a estalactites (formações rochosas no “teto” de grutas) que parecem coisas de cinema, e um lago onde a água adquire incríveis tonalidades azuladas.
Logo na entrada, uma curiosidade: vários sítios arqueológicos e artefatos datados de milhares de anos já foram encontrados na região, além de inscrições e pinturas rupestres, então, é bom ficar atento na exploração! Quem estiver com o preparo físico em dia, pode arriscar uma subida à Serra da Bandeira, a 787 metros do nível do mar, por meio de trilhas que levam a um mirante com uma vista panorâmica da cidade, que vale o esforço, e é muito disputado para assistir ao pôr do Sol, ou optar por se aventurar até o topo da Serra do Mimo, cujos caminhos também guardam vestígios de civilizações pré-históricas.
Viajando na história
Tanto quem chega a Barreiras para desfrutar um período de férias, como quem vai a negócios, deve reservar alguns dias na agenda para caminhar sem pressa pela cidade. Em cada cantinho, há um pedacinho preservado da história do Brasil, nesse município, que completou 128 anos em 2019, comemorados em 26 de maio. Sua origem está diretamente ligada às atividades de agricultura, pecuária e comércio impulsionadas pelo Rio Grande, o maior afluente, localizado à margem esquerda do Rio São Francisco, e com boas condições de navegação. Em 1980, quando o município era chamado de São João das Barreiras, já recebia imigrantes do Sul e Sudeste do país em busca do trabalho proporcionado pela extração da borracha e, mais tarde, pela colheita e processamento da cana-de-açúcar, cultivo de algodão e extração do óleo de mamona. O povoado de Arraial da Penha, há cerca de 15 km do centro, foi o primeiro núcleo urbano e traz a capela em homenagem a Nossa Senhora da Penha, erguida em 1841. Na década de 1890, o que era apenas um povoado começou a virar uma cidade, e a intensa comercialização dos produtos no porto do Rio Grande, na rua Humaitá, originaria o atual polo de desenvolvimento da região Oeste da Bahia. Uma nova fase veio em 1928 com a implantação da Usina Hidrelétrica, a segunda da Bahia, possibilitando a instalação de novos empreendimentos na cidade com a chegada da energia elétrica, como uma fábrica de tecidos e fios de algodão, um curtume industrial e um frigorífico que exportava produtos defumados como charque e paio.
Milhares de adeptos dos esportes radicais como mergulho, rapel e passeios de caiaques em corredeiras aportam, todos os anos, nos seus diversos pontos turísticos
No Centro Histórico, estão as ruas e praças mais antigas de Barreiras, com edificações do final do século XIX e do começo do século XX. Uma das principais é a Praça Duque de Caxias, com o coreto e o prédio onde funcionou o Paço Municipal, construído no final do século XIX, na época do Brasil Colônia. Quem aprecia arte sacra precisa incluir no roteiro a Catedral São João Batista, toda em estilo mourisco (árabe), datada de 1925, na Praça São João Batista, e a Igreja de Santa Terezinha, primeira capela de Barreiras, de 1881, em estilo neoclássico, na Praça Amphilóphio Lopes. O prédio da Usina Hidrelétrica ainda está lá, assim como a sede do antigo frigorífico e a Casa Sertaneja, casarão neoclássico de 1919, onde funcionou a sede da Cia. Sertaneja – Empresa Agropastoril S/A. e o Cine Teatro Ideal, primeiro espaço cultural do município. Outro povoado, o do Cantinho, ficou muito conhecido pela tradicional romaria do Cantinho do Senhor dos Aflitos, que reúne, todos os anos, no dia 02 de julho, mais de 25 mil fiéis que caminham 18 Km para chegar até a capela e manifestar sua devoção à imagem do Cristo Crucificado, em uma tradição de quase 300 anos.
Em cada cantinho, há um pedacinho preservado da história do Brasil, nesse município que completou 128 anos em 2019, comemorados em 6 de abril
Até na hora de comprar aquelas infalíveis lembranças e gostosuras de viagem, Barreiras tem muita história para contar. O melhor lugar para encontrar de tudo um pouco – e tudo lindo e saboroso – é o Mercado Cultural Caparrosa, uma edificação de 1950, onde é possível encontrar, não só, produtos típicos da região, como peças belíssimas de artesanato. Aproveite para encher as malas com esculturas, tricô, crochê, artigos de palha, pinturas e iguarias como doces, biscoitos, mel e cachaça. Aos finais de semana, a comilança e as comprinhas, ainda, ganham o embalo musical das apresentações culturais que acontecem por ali. É ou não um final perfeito para a sua viagem?
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