Quando embarcamos no túnel do tempo da história da música, não podemos deixar de olhar para a década de 70, a fim de contemplar as grandes obras daquele período – seja na cena nacional ou internacional -, e que impactam músicos até hoje. Afinal, as heranças desse período são riquíssimas para a atualidade. Isso porque os anos 1970 foram marcados pelo surgimento de diversos gêneros, pela diversidade na música e pela entrada de importantes artistas na indústria musical.
O rock clássico, graças a bandas como: Led Zeppelin, The Rolling Stones, The Who, Pink Floyd e Queen, vivia o seu auge na década de 70. O punk rock também conquistava fãs ao redor do mundo, principalmente por seus representantes, como: Sex Pistols, Ramones e The Clash. Neste período, o funk e o soul também continuavam influentes, com artistas como: James Brown, Stevie Wonder, Marvin Gaye e Earth, Wind & Fire dominando as paradas musicais. Além disso, no final da década, a disco music – com Bee Gees, Donna Summer e ABBA – desfrutou de uma ascensão meteórica.
No Brasil, uma nova geração musical, composta por Secos e Molhados, Belchior, Gonzaguinha, Djavan, Ivan Lins, Cartola, Leci Brandão, Novos Baianos, entre outros, passou a somar à cena nacional com discos icônicos e trabalhos aclamados internacionalmente. Isso sem contar Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Jorge Ben Jor, Tim Maia e Milton Nascimento, que já vinham se consolidando desde os anos 1960.
O reggae (com Bob Marley), a música eletrônica (com Kraftwerk), o country e o folk (com Johnny Cash, Dolly Parton e Bob Dylan) também marcaram a história na década de 1970. Ou seja, música boa não faltou durante este período! Para relembrar um pouco destes anos relevantes da música, a revista de bordo da Voepass traz alguns discos que completam 50 anos em 2024!
Confira:
Mais um capítulo de história
Em 1974, Jorge Ben Jor acrescentava mais uma grande obra à sua discografia com “A Tábua de Esmeralda”, décimo primeiro álbum da carreira do cantor e compositor. Neste trabalho, o artista apresenta músicas marcantes, como: “Menina Mulher da Pele Preta”, “Zumbi”, “Os Alquimistas Estão Chegando Os Alquimistas” e “Magnólia”.
Considerado um dos melhores discos da carreira do cantor e uma grande obra da música brasileira, este projeto traz muito sobre a alquimia. No início dos anos 1970, o músico estudava filosofia e teologia, especialmente a obra de Tomás de Aquino, o que influenciou diretamente neste belíssimo trabalho de Jorge Ben Jor. A sonoridade é bastante original, embora mantenha elementos tradicionais da obra do artista – o violão e a percussão.
Disco music com tudo
Não tem como: os anos 1970 foram o auge para o ABBA! Em 1974, o grupo sueco lançou “Waterloo”, o segundo disco da carreira e o primeiro a ser lançado internacionalmente. Deste álbum, saíram alguns dos principais sucessos do quarteto, incluindo a faixa-título (aliás, “Waterloo” foi a canção vencedora do Festival Eurovisão da Canção de 1974) e “Honey Honey”.
“Waterloo” foi um hit estrondoso ao redor do mundo, alcançou altas posições nas paradas musicais e abriu caminho para um futuro brilhante para o ABBA. Não à toa, os anos seguintes do grupo o consolidaram como um dos principais nomes da década de 70, e o quarteto é homenageado até hoje de diferentes formas – exemplo disso são os filmes “Mamma Mia!”.
Um ano e tanto para Elis – e para a música brasileira!
Em 1974, Elis Regina estreou dois discos antológicos de estúdio, um solo e um gravado com Antônio Carlos Jobim. “Elis” foi um dos álbuns lançados naquele ano e contou com direção musical e arranjos de César Camargo Mariano. Nesse projeto, com seu vocal potente e inesquecível, Elis interpretou canções icônicas, como: “O Mestre-Sala dos Mares”, de Aldir Blanc e João Bosco, “Travessia”, de Milton Nascimento, e “Amor até o Fim”, de Gilberto Gil.
Além de “Elis”, a cantora também fez história com o lançamento do álbum “Elis & Tom”, uma preciosidade da música brasileira, que combina a voz deslumbrante de Elis Regina com as composições refinadas de Tom Jobim. Os dois trabalharam juntos neste projeto em Los Angeles, e o repertório traz grandes clássicos da música brasileira.
Todas as composições são de Tom Jobim, e algumas canções são frutos de colaborações do maestro. A tracklist do disco inclui “Águas de Março”, “Corcovado”, “Por toda a Minha Vida” (composição em parceria com Vinícius de Moraes), entre outras. No ano passado, foi lançado o documentário do disco, “Elis e Tom: Só Tinha de Ser com Você”, que está disponível no Globoplay.
Conceito histórico
Em 1972, David Bowie lança seu alter-ego Ziggy Stardust, que estrela o disco “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars” (1972), primeiro da narrativa desse personagem tão histórico para a cena da música.
Com “Diamond Dogs”, lançado em 1974, Bowie continua a narrar a história de Ziggy Stardust, mas, dessa vez, de uma perspectiva mais distópica e futurística. Novamente, o músico apresentava um disco potente, singular e que contemplava de maneira magnífica o glam rock e o soul.
Estreia fantástica
Um marco da música brasileira, “Cartola” é o primeiro disco do sambista carioca, lançado em 1974, quando o músico tinha 65 anos. O artista já era um compositor reconhecido no samba e com seu álbum de estreia se consagrou como um dos mais brilhantes nomes da música brasileira.
Este projeto, com suas letras poéticas, refinamento sonoro e interpretação carregada de emoção, reúne alguns dos maiores clássicos de Cartola, como: “Tive Sim”, “Alvorada” e ”O Sol Nascerá”
Mais discos que completam 50 anos em 2024
● “Milagre dos Peixes Ao Vivo” – Milton Nascimento
● “Leci Brandão” – Leci Brandão
● “Molhado De Suor” – Alceu Valença
● “Belchior” – Belchior
● “Pra seu governo” – Beth Carvalho
● “Elza Soares” – Elza Soares
● “Court and Spark” – Joni Mitchell
● “Natty Dread” – Bob Marley & the Wailers
● “It’s Only Rock ‘n Roll” – The Rolling Stones
● “Caribou’” – Elton John
● “Queen II” – Queen
● “Sheer Heart Attack” – Queen
● “Rush” – Rush